"Onde a ignorância é uma benção, é uma loucura ser-se sensato" desconhecido
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Eis a música de Moonspell, a walk on the darkside, que dá nome a este post:
Aqui!
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FR
Ouvindo:
FULL MOON MADNESS
[Fernando Ribeiro - Moonspell]
Somos memórias de lobos que rasgam a pele
Lobos que foram homens
e o tornarão a ser
They awake for flesh

Choose pain as a path
Refuse a light
To blind you and me
Full Moon Madness,
We are as one and congregate
Full Moon Madness
We rise again to procreate
Somos memórias de lobos que rasgam a pele
Lobos que foram homens e o tornarão a ser
ou talvez memórias de homens.
que insistem em não rasgar a pele
Homens que procuram ser lobos
mas que jamais o tornarão a ser...
They awake for flesh
Choose pain as a path
Refuse a light
To blind you and me
Full Moon adness,
We are as one and congregate
Full Moon Madness
We rise again to procreate to seal our fate
Irreverence was cast out from the sky
And eternity lost its sex forever
And under the same heaven they voted to emptiness
They still celebrate under a Full Moon Madness...
They awake for flesh
Choose pain as a path
Refuse a light to blind you and me
Irreverence was cast out from the sky
And eternity lost its sex forever
And under the same heaven they voted to emptiness
We still celebrate under a Full Moon Madness...

LOVE CRIMES
[Fernado Ribeiro - Moonspell ]
"The cold nights have awakened Me
The soft winds to undress Me
The nails of two witches hav touched Me
Their caress cuts like the sharpest ice
Yes it is their way, this so mysterious way
of welcoming Me, welcoming Me
Their way to remember
Distant nights of Passion and Doom
Where, naked, have I bathed in velvet waters
Witnessed by an accomplice smile inside an innocent Moon
Serene were the beings who guided Me
Empty were the hands which undresses Me
To carve strange symbols unknown to Me
but lay so dearly inside of Me
This is my way, this so mysterious way
of welcoming She, welcoming She
My way to remember
Distant nights of Passion and Doom
Where we both wore flesh crowns to defy
The skies in their blue and so vague tyranny
We are mute villains
drinking of Love as insolent Vampires
Valsing through stars and skies
at that and all to come Winter nights
Like neophyte ravens in the strangest nest
Charmed by the wilderness of this strange host
Drawing naivety with our blood and semen
Ritually engraved in our hearts and chests
Marks of a pain, signs of a love crime
That will forever and never last
It is our way, this so mysterious way of loving
of welcoming thee, welcoming thee
Our way to remember
Forever lost nights of Passion and Doom
Remembrance served in cups of sorrow and pride
For all the eternities we'll still cry
For having lost amidst the stars our bride
Untouchable in her smile, inside the great Silver Eye
Every night she is condemned to shine"
FR 25/01/2006
ONTEM PELA TARDE ENSOLARADA

[Heiner Müller - Adolfo Luxúria Canibal / Mão Morta]
"ONTEM PELA TARDE ENSOLARADA
Circulando através de Berlim a cidade morta
No regresso de um qualquer país estrangeiro
Senti pela primeira vez a necessidade
De ir desenterrar a minha mulher ao seu cemitério
Eu próprio deitei sobre ela duas pazadas cheias
E de ver o que dela ainda resta
Os ossos que nunca vi
De segurar o seu crânio na minha mão
E de imaginar o que era o seu rosto
Por detrás das máscaras que trazia
Através de Berlim a cidade morta e de outras cidades
No tempo em que estava vestido com a sua carne
Não cedi a esta necessidade
Por medo da polícia e dos comentários dos meus amigos. "
FR
ONTEM COMECEI
[Heiner Müller - Adolfo Luxúria Canibal / António Rafael]
"ONTEM COMECEI
A matar-te meu amor
Agora amo
O teu cadáver
Quando eu estiver morto
O meu pó gritará por ti"
FR 17/01/2006
MEDEASPIEL
[Heiner Müller - Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro]
"Uma cama desce da teia e é colocada de pé. Duas mulheres com máscaras mortuárias trazem para o palco uma jovem rapariga e instalam-na de costas na cama. Vestir da noiva. Atam-na à cama com o cinto do vestido de noiva. Dois homens com máscaras mortuárias trazem o noivo e põem-no de cara voltada para a noiva. Ele faz o pino, caminha sobre as mãos, pavoneia-se frente a ela, etc; ela ri silenciosamente. Ele rasga o vestido de noiva e toma lugar ao lado da noiva. Projecção: acasalamento. Com os farrapos do vestido de noiva as máscaras mortuárias homens atam as mãos e as máscaras mortuárias mulheres os pés da noiva às extremidades da cama. O resto serve de mordaça. Enquanto o homem, frente ao seu público feminino, faz o pino, caminha sobre as mãos, pavoneia-se, etc, o ventre da mulher incha até que rebenta. Projecção: parto. As máscaras mortuárias mulheres tiram uma criança do ventre da mulher, desfazem os seus nós e metem-lhe a criança nos braços. Durante esse tempo as máscaras mortuárias homens cobriram-no de tal modo de armas que o homem não pode mais mover-se senão a quatro patas. Projecção: massacre. A mulher desvia o seu rosto, desfaz a criança e atira os pedaços na direcção do homem. Da teia caem sobre o homem restos de membros entranhas."
FR
Lendo:
"Nenhum Olhar"

José Luís Peixoto
"(...) José olha o sol de frente e pensa. Pensa na mulher e no que o diabo lhe disse na venda sobre ela. E pensa no dia em que as cigarras se calarão na planície e os ramos mais finos dos sobreiros e das oliveiras se tornarão pedra. Trinta anos mais tarde. José, filho de José, olha o sol de frente e pensa. Pensa na mulher do primo e no que o diabo anda a dizer ao primo na venda sobre eles. E pensa no instante em que nada restará, nem mesmo o silêncio que fazem todas as coisas olhar-nos. (...) "
FR 11/01/2006
"Os Paraísos Artificiais"

Charles Baudelaire
Publicada pela primeira vez em livro, em 1860, esta obra reúne dois ensaios de Baudelaire anteriormente publicadas na Reveu Contemporaine sob outro títulos: “O Poema do haxixe” e “Um consumidor de ópio”.Na presente edição juntou-se-lhe um terceiro ensaio, “Do vinho e do haxixe”, datado de 1868, os quais constituem escritos exemplares sob a problemática e a vivência na alienação que produzem.
FR 17/01/2006
"Trainspotting"

Irvine Welsh
"Trainspotting" fala-nos de um grupo de jovens de Edimburgo dos anos noventa, tão desesperadamente realistas que para eles o futuro é inconcebível. Ao contrário dos que procuram dinheiro ou êxito, eles frequentam o lado obscuro da vida, buscam as sensações intensas e o prazer imediato na heroína, no sexo e no rock-and-roll. Irvine welsh conseguiu fazer literatura da áspera linguagem dos seus personagens, semelhante à que podemos encontrar em ruas de qualquer cidade europeia. "Trainspotting" tornou-se um dos acontecimentos culturais da última década na Grã-Bretanha, foi adaptado ao teatro e ao cinema por Danny Boyle. Nascido em 1958 em Leith, Irvine Welsh frequentou a escola nos arredores de Edimburgo, deixando-a aos 16 anos para ser reparador de televisores, punk, drogado e músico falhado, antes de voltar a estudar na Universidade de Herriot-Watt e se tornar romancista. Em entrevista recente definiu assim as suas influências:
"Não tenho heróis literários. Não vou buscar as minhas referências aos outros escritores, mas às letras das canções, aos vídeos, e sitecoms... cheguei a Burroughs via Lou Reed ou Iggy Pop; a Brendam Behan e Dermot Bolger através das palavras de Shane McGowan dos Pogues."
FR
"O perfume - história de um assassino"

Patrick Süskind
Jean-Baptiste Grenouille, que nasceu no meio dos mais nauseabundos fedores, tem por objectivo a busca do perfume ideal, isto é a forma suprema da Beleza, e nada o vai deter para isso, nem mesmo os crimes mais terríveis. Este personagem monstruoso possui no entanto algo de extremamente inquietante, a sua própria incorrupta pureza. A critica internacional tem-no distinguido como um dos mais importantes romances desta década.
FR
"Antídoto"

José Luís Peixoto
"Dentro e sobre os homens, somos o medo. São as nossas mãos que determinam a fúria das águas, que fazem marchar exércitos, que plantam cardos debaixo da pele. Sabemos que nos conheces. Em algum instante da tua vida, enchemos-te e envolvemos-te com a imagem da nossa voz, a imagem do nosso significado, o silêncio e as palavras. Num instante que escolhermos podemos voltar a encher-te e a cobrir-te. Sabemos que conheces o frio e a solidão à margem das estradas quando a noite é tão escura, quando a lua morreu, quando existe um deserto de negro à margem das estradas. Olha para dentro de ti e encontrar-nos-ás. Olha para o céu, depois das nuvens, e encontrar-nos-ás. Nunca poderás esconder-te de nós. Esse é o preço por caminhares sobre a terra onde, um dia, entrarás para sempre. As últimas pás de terra a cobrirem-te serão as nossas pálpebras a fecharem-se. Só então poderás descansar."
Um livro de José Luís Peixoto, que se
associou aos Moonspell num projecto inédito e aliciante: a criação de uma narrativa inspirada no universo musical do novo disco da banda gótica portuguesa com sucesso imenso além fronteiras. Dois antídotos para um mesmo veneno.FR 29/01/2006













3 comentários:
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FR
Este poema do Muller está tão doentio como genial! Já não lia uma coisa assim há algum tempo...
é esmagador!
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