25 abril 2006

25 de Abril


Passam hoje 32 anos desde a revolta militar que devolveu a Liberdade a Portugal. Há quem lhe chame Revolução de Abril, mas também há quem diga que, sem sangue, não existe uma verdadeira revolução. Seja o que for, eu não era nascido então.
Num país em que, a História tem páginas de ouro com mais de 900 anos, em que a Poesia e a Língua são das mais belas do Mundo, comovo-me particularmente perante a ideia de terem sido usadas duas músicas como senhas para o início do golpe. Em Portugal, teria que ser assim, sob os acordes de Paulo de Carvalho e depois do grande Zeca Afonso. Épico.

A nota negativa, este ano, depois de ver as reportagens da cerimónia na Assembleia da República, fica para o momento em que o Presidente da Assembleia da República invoca e saúda, com o cravo na mão, os militares presentes nas galerias, representativos do 25 de Abril, e numa manifestação de vaidade, inveja e mesquinhez do mais imundo que pode haver, os deputados de direita simplesmente não aplaudiram e ignoraram os militares e o Presidente da Assembleia. Vergonhoso!
O Povo aplaude de pé esses enganadores, os faltosos que não dignificam o país com uma democracia ainda adolescente que, tal como a ponte, iniciou um caminho de incerteza, envolto em brumas espessas.

Viva Salgueiro Maia.
Viva a Liberdade.



Ponte 25 de Abril
FR

2 comentários:

Anónimo disse...

O que se pode esperar de gente como o deputado do PSD Virgilio Costa que, relativamente as faltas afirmam: "A minha vida não é estar no plenário. E acho natural que os outros deputados tenham optado por actividades mais úteis"...

Será que esta gente percebe o significado de representatividade e de democracia?

Eu diria que não.

Anónimo disse...

Essa declaração de não há verdadeira revolução sem sangue deve ter saído da boca do Nuno Araújo (o Engenheiro e não o físico).

Ás vezes dá-me a sensação que o povo português não sabe gerir a sua própria liberdade, dado que passámos da opressão de uma ditadura para uma sociedade, não uma comunidade, individualista, que não pensa no bem geral nem futuro a médio-prazo. Verdadeiramente, ao melhor estilo africano e sul americano. O que interessa sou eu e o presente. O que interessa é que o Ministério coloque à nossa disposição veículos com muita cilindrade e com cores muto British. E já agora, tb é possível fugirmos aos impostos? Ter um nível de vida igual aos Suecos? Trabalhar tanto como os Angolanos?

Acho que a solução é inventar mais uns feriados para fazer mais umas pontes e irmos todos para o Algarve.

Se o trabalho faz bem que trabalhem os doentes....