07 janeiro 2007

Mortes por acidente de trabalho


"Os acidentes de trabalho registados no ano passado totalizaram 151 vítimas mortais. Foi o número mais baixo dos últimos cinco anos e confirma a tendência de diminuição que vinha a verificar-se desde 2004, segundo as estatísticas reveladas pela Inspecção-Geral do Trabalho.O ano de 2002 continua o pior em termos de acidentes mortais, quando faleceram 219 trabalhadores. Em 2004 já foi possível reduzir para 197 e no ano seguinte para 169.O sector da construção protagonizou o pior desempenho, ao acumular o maior número de mortes no trabalho. Em 2006, dos 151 casos, 70 ocorreram nas obras. A indústria transformadora ocupa a segunda posição e a agricultura surge em terceiro lugar. Esta hierarquia sectorial tem-se mantido constante, pelo menos, nos últimos três anos.Na avaliação das causas de morte, no ano passado, as quedas em altura foram o principal motivo (28 casos) , seguidas dos esmagamentos (23) e dos choques com objectos (17).Ao contrário do que era habitual, a terça-feira deixou de ser o dia da semana com mais registos de mortes laborais. Em 2006, passou a ser a quarta-feira. Por distritos, Porto (25 casos), Lisboa (24) e Braga (14) lideram no número de mortes, enquanto Portalegre (0), Évora (2) e Beja (3) estão no extremo oposto. Entre as vítimas, 18 eram de nacionalidade estrangeira, com destaque para cinco chilenos e cinco ucranianos."

JN, 07/01/2007

Foi com especial agrado que li esta notícia. Nos últimos anos tem havido mais atenção à Higiene e Segurança nas empresas, especialmente na área da construção civil onde havia o maior número de mortes e onde os trabalhadores iam trabalhar alcoolizados. De qualquer modo, penso que os esforços deveriam intensificados.

Contudo, e não descurando o valor da vida humana, penso que quando se publica uma estatística ou um indicador, estes devem ser baseados na comparação com anos anteriores, mas tendo como base o número de trabalhadores no activo. É muito fácil dizer que há menos mortes ou acidentes de trabalho, quando há mais desempregados. Ou comparar o número de mortes por distrito, quando nos distritos Alentejanos há uma menor densidade populacional e laboral.

Todavia, penso que estamos no bom caminho. Pelo menos pensamos nos problemas. Nós vamos lá. Devagar ...

1 comentário:

Francisco Rodrigues disse...

Pedro, a tua análise parece-me muito boa, uma vez que as estatísticas carecem sempre de uma interpretação e todos sabemos que muitas vezes se "puxa a brasa à sardinha". Mas, como tu dizes, as coisas vão melhorando, muito lentamente, mas melhorando.