21 fevereiro 2007

Encerramento de Urgências

"Para lá do Marão, mandam os que lá estão."

O Ministro da Saúde desta vez enfrenta uma revolta em larga escala. Já na altura da manifestação de Valença, tive oportunidade de o ouvir em directo na RTP, bastante nervoso, ambíguo e munido de dados virtuais, tentando convencer que aqui há mais gente do que ali, ou que esta população vai ter menos qualidade de saúde que aquela. Não é bom nivelar por baixo, sem determinação e alternativas aceitáveis.

2 comentários:

NA disse...

No que toca a encerramento de urgências tenho uma opinião um bocadinho diferente. Se por um lado considero que o ideal seria cada um de nós ter um conjunto de médicos especializados a porta de casa, sempre dispostos a nos atender à minima dor que tivermos, por outro tenho consciência que nenhum país consegue sobreviver com um sistema de saúde desse tipo.

É verdade que o encerramento das urgências hospitalares está a causar grande polémica, bem como outras medidas tanto do ministério da saúde como do governo, de forma geral. No entanto, o paradigma das urgências em Portugal, está a sofrer algumas alterações, o problema é que as medidas estão a ser tomadas às pinguinhas e algumas delas têm que ser tomadas em simultâneo.

Cada vez mais, ter-se-á carros de emergência médica (INEM) com um médico e enfermeiro a bordo, a cobrir toda a área habitada. Em caso de emergência, este carro será o primeiro a deslocar-se ao local e depois, uma vez estabilizado o paciente, o transporte para o hospital tanto faz ser de 15 minutos como de 30 ou 40. O que importa é estabilizar. Aqui temos uma vantagem relativamente ao sistema anterior, que é o facto de o paciente poder ser assistido sem ter que se deslocar ao hospital.

O problema das medidas que se tem tomado é que se tem fechado as urgências e só depois é que se vai preocupar com o resto... Está errado... É querer fazer as coisas sobre pressão para mostrar serviço... Não pode ser um revolução tem que ser uma evolução.

De referenciar um sistema ligeiramente diferente, o sistema inglês. Em Londres, pelo menos no tempo em que tive a oportunidade de viver alguns dias com uma família local, o sistema de saúde funcionava como as camadas de uma cebola, ou seja, primeiro tinhamos o médico de bairro (uma espécie de médico de família), depois o hospital da zona e, numa camada mais externa, o hospital central...

Pedro Morgado disse...

Concordo em absoluto. O problema é que os serviços são encerrados para poupar dinheiro mas fala-se me qualidade para enganar as populações. E as medidas são avulsas. Não há estratégia!