Dos incidentes

Fernando Madureira, chefe da claque SuperDragões, foi absolvido de todos os crimes de que era acusado no processo relacionado com os incidentes ocorridos no jogo de basquetebol F. C. Porto-Ovarense, realizado em 24 de Maio último. O tribunal de Matosinhos não deu como provada nenhuma das acusações, designadamente resistência e coacção às autoridades, ofensa corporal qualificada e invasão da área do jogo. Outro elemento da claque foi absolvido do crime de resistência, mas condenado, por ofensa qualificada à integridade física de um polícia, a seis meses de cadeia, pena remível com 160 horas de trabalho comunitário.

Um terceiro dragão foi aclamado, ontem, à saída do Tribunal da Comarca de Matosinhos. O jovem advogado Nelson Sousa, que defendeu Fernando Madureira, é sócio do F. C. Porto, com lugar anual na "Superior Sul", e frequentemente conotado com a claque, embora não milite nela. Nas alegações finais, o jurista citou Dalai Lama ("Os homens das leis devem interrogar-se constantemente") e a referência ao monge budista tibetano valeu-lhe novo baptismo entre a claque "Viva Dalai Lama"!, ovacionaram os amigos de "Macaco", alcunha a que o líder da claque responde sem azedume.

O tribunal deu como provado que Fernando Madureira descera da bancada só para acalmar os ânimos, depois de outro elemento da claque ter sido detido, por ter lançado um petardo. "A minha única intenção foi parar os distúrbios", afirmou o empresário, de 32 anos, que disse ao tribunal ser dono de três empresas e que extrai delas salário de 1500 euros e outros lucros, que quantificou entre dois mil e três mil euros mensais. "Só?", questionou a juíza. "A vida de empresário está difícil. Temos de pagar IVA, temos de pagar a empregados...", observou Madureira.

Já Fábio Fonseca, de 23 anos, estudante do 12.º ano, disse não ter rendimentos e que vive com os pais, em Braga. "Repiste", como é conhecido, foi absolvido do crime de resistência mas foi condenado por ter agredido um polícia com uma bandeira.

in Jornal de Notícias