"O maior projecto de produção de energia solar do planeta está a ser construído em Mildura, no meio do deserto australiano. Uma torre de 1 km de altura por 130 m de diâmetro, que será a mais alta construção do mundo quando ficar pronta, em 2009; será erguida no centro de um imenso painel solar, de 20 km quadrados. Se tudo correr como o previsto, o calor gerado pelo painel formará uma corrente de ar de até 50km/h na enorme chaminé, o bastante para movimentar 32 turbinas, gerar 200 megawatts de energia e abastecer até 1 milhão de pessoas."
Cedido por Paulo Campos, 31/08/2007
É com este tipo de projectos, e em locais onde é difícil tirar qualquer outro tipo de proveito, que eu acredito que vamos ser capazes de salvar o nosso planeta. Contudo há que ter coragem política para o fazer.
Ontem, li na revista Superinteressante deste mês que o debate sobre o aquecimento global é essencialmente político, e o campo de batalha os meios de comunicação, com cientistas de ambos os lados da barricada. Alguns cientistas e escritores, como Michael Crichton, são "comprados" para serem cépticos em relação ao assunto, e o dinheiro das petrolíferas é investido em brilhantes campanhas publicitárias em vez de financiar investigações que possam contradizer as que defendem o aquecimento global.
Sem olhar a pressões internacionais estão países como a Suécia, que afirma que dentro de quinze anos a sua economia não dependerá de combustíveis fósseis, ou a Dinamarca onde já há tantos aerogeradores e painéis fotovoltaicos, que este tipo de energia já cobre metade do consumo energético do país. Em consequência disto, a Dinamarca reduziu para metade a sua taxa de emissões de dióxido de carbono para a atmosfera em menos de dez anos.
E agora eu pergunto. Porque é que que estes países, além de já proporcionarem um excelente nível de vida aos seus cidadãos, ainda conseguirão ser os primeiros países do mundo a serem "totalmente verdes"? Será que nós não conseguimos fazer o mesmo? Somos piores do que eles em quê? Será a tendência nata do nosso povo para a corrupção que nos leva a jogar ao lado das pressões internacionais?
Sinceramente, eu penso que não. Penso que temos as mesmas capacidades e a mesma vontade política. Basta ver que somos pioneiros na energia das ondas. Contudo, quer-me parecer que, na grande maioria dos aspectos ambientais, andamos sempre a atrás dos outros, muito devagar e com medo de arriscar. O investimento neste tipo de tecnologias, além de criar postos de trabalho (numa altura de crise e desemprego em Portugal), reduz a taxa de emissão de dióxidos de carbono e a dependência relativamente a combustíveis fósseis.
Ficaria imensamente orgulhoso se Portugal fosse um exemplo a nível ambiental. Muito mais orgulhoso do que ficaria se Portugal fosse campeão do mundo de futebol com um golo de Cristiano Ronaldo no último minuto do prologamento (já agora - contra a Inglaterra). O futebol não é a nossa vida, mas o ambiente é.
Portugal de que é que estás à espera?
1 comentário:
Fantástico! Desenvolver um empreendimento destes num deserto! Já viram o que era o deserto do Sahara a produzir energia para toda a África?
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