05 outubro 2007

Clássico de Portugal


Desde já, os meus parabéns aos Red Boys pelo vídeo. Em Portugal, o jornalismo, especialmente o televisivo, tem regredido em termos de qualidade. Este episódio, a tirania da Sportv, bem como a demissão da RTP do serviço público no mundial de râguebi, vieram colocar imensas perguntas, às quais pouca gente está interessada em responder. O derby Guimarães - Braga foi ignorado até à última pelas televisões, antes e após a sua realização. Para já, este jogo deixou de ser um mero derby, é um clássico. O Guimarães jogou melhor que o Braga, mereceu ganhar, contudo teve um golo triplamente irregular. Pouco ou nada se falou, mas se fosse um grande era o histerismo do costume. Às vezes, dá gosto ver equipas como o Paços, marcarem golos com a mão em Alvalade, entre outros exemplos.
Com isto, quero sublinhar que, apesar de ignorados, há milhares de braguistas que sofrem pela sua equipa, num apoio incondicional, alimentado por um sentimento indescritível, que os arrasta para todo o lado, mesmo para um ambiente efervescente, e bem, reconheça-se, o Estádio D. Afonso Henriques. É bonito ver aqueles bracarenses cantarem com tanta vontade no interior da bancada do estádio do Vitória, mesmo depois de terem perdido o jogo. Toda esta gente, o comum adepto, merece mais reconhecimento pelos média, mas também merece mais respeito pelos dirigentes do futebol, árbitros, treinadores e até pelos próprios jogadores. Bem hajam a todos os puros braguistas que veneram apenas o seu clube, bem como a todos os vitorianos. Somos os anões que, se quisermos, nos ombors dos gigantes, conseguiremos ver mais longe.

7 comentários:

osso disse...

Vejo que o hino nacional começa a ser utilizado como outra qualquer canção (ou expressão) banal.

É de lamentar que ninguém venha a público relembrar em que situações é que o hino pode e deve ser cantado. É pena que tenham (penso eu) encarado, a forma determinada e entusiastica como os jogadores de rugby entoaram o nosso hino, como um pretexto para se evocar a nação a cada esquina...

em Anfield é "we never walk alone",
mas nunca o hino nacional...

Francisco Rodrigues disse...

Não vejo as coisas dessa maneira. O hino nacional pode ser cantado por quem tem orgulho em ser português. É uma visão mais simplificada.

NA disse...

Preocupa-me mais o hino nacional cantado com a mão direita aberta no ar... Penso que a maioria dos que fazem isso no filme não sabem o significado... Assim o espero...

Quanto ao hino cantado no estádio, penso que não tem mal nenhum... Desde que seja pela paixão à Pátria e não pela simples humilhação do adversário... ;-)

Anónimo disse...

Não me parece que se possa de forma alguma louvar adeptos que gritam nomes insultuosos aos adversários (sem falar da violência e anti-desportivismo pelos quais as claques, Red Boys inclusive, são particularmente caracterizadas).

Quanto ao hino, não sejamos demagogos: sabemos perfeitamente que o significado era chamar "espanhóis" aos vimaranenses (curioso que tenha sido a primeira capital de Portugal).
De qualquer forma, o modo como é cantado é incrivelmente questionável, tal como o é toda esta tendência nacionalista que tem ganhado força entre nós, como se não fôssemos, acima de tudo, já Sócrates o dizia, "nem ateniense(s) nem grego(s), mas sim cidadão(s) do mundo".
Sabemos perfeitamente onde excessos nacionalistas levaram o mundo no passado.

osso disse...

já reparei que fico sozinho na defesa deste "símbolo" nacional que é o hino.
Mas pior do que o hino ser cantado por qualquer esquina em qualquer canto do país, é a primeira dama ter um fato ou vestido com a bandeira (lembram-se da mulher do Sampaio?)

koolricky disse...

Os Queen cantaram o hino "God Save the Queen" em Wembley em pleno concerto e toda a gente achou um espectáculo. Acho que o hino deve ser cantado por quem sente. A ocasião é o momento. O momento fazêmo-lo (será que é assim que se escreve?) nós.

Francisco Rodrigues disse...

Os adeptos da selecção inglesa fartam-se de cantar os o hino durante os jogos da Inglaterra.