04 fevereiro 2009

Palas

É assim que se faz com os burros e cavalos andem para a frente. Põe-se-lhe umas palas a tapar o cenário e torna-se mais fácil domar o animal.
Ao que parece, o novo curso de medicina da Universidade do Algarve está a mostrar que várias pessoas têm palas imbutidas, facto que provavelmente será investigado brevemente.
Segundo a secretaria do cartel dos médicos (ou deveria ter dito ordem dos médicos?) o curso que vai começar a ser leccionado no Algarve vai, e cito, "levar ao aparecimento de médicos com nível de conhecimento e qualidade de formação inferior ao desejável". Segundo esta brilhante mente, o curso corre o risco, e cito outra vez "de ser permeável a influências externas que distorçam completa e inaceitavelmente a transparência do método de selecção e a igualdade de oportunidades".
O bastonário da ordem dos médicos devia ler os estudos que já foram feitos sobre este tema (o curso de medicina nos EUA é feito neste estilo e na Inglaterra é feito há já 10 anos pelas melhores universidades). Segundo os estudos os médicos formados pelos dois cursos são igualmente competentes, com os médicos formados pelo método a adoptar pela UAlg a serem distinguidos por uma maior prática a nível de procedimentos e ao nível do contacto com os doentes.
Quanto ao método de entrada, acho muito bem que a Universidade do Algarve ponha uma média mínima de entrada, uma média que lhes garanta que o aluno em questão tem as capacidades suficientes para fazer um curso de medicina. Depois disso, que faça mais testes para descobrir se a vocação do aluno é mesmo a da medicina. Certamente que será melhor prova do que uma nota num exame final.

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