23 outubro 2006

Que investigação financiar?

O meu interesse pela investigação é tal que decidi fazer um post novo com a minha opinião sobre o tema que lancei alguns posts abaixo.

Bem, a minha opinião sobre o que deve ser ou não financiado é um bocadinho diferente.

Nem sempre uma boa investigação é aquela que visa o lucro directo... Que diria Galileu, Newton, Dirac, Einstein, Pauli, Bohr, ... Se lhes dissesse que a investigação deles só seria financiada se tivesse aplicação tecnológica imediata???

Alguém alguma vez pensaria que a maça "podre" de Newton seria o primeiro passo para hoje termos satélites no céu?

Alguém pensaria que a teoria quântica seria o princípio dos semicondutores que hoje nos acompanham para todo o lado, desde o telemóvel ao computador???

Entendo que o "Budget" ou orçamento para a investigação deve ser dividido em dois "bolos" diferentes. Um bolo maior deveria suportar a componente mais científico-tecnológica, tendo esta parte uma maior participação financeira do mundo industrial e um bolo mais pequeno para toda a investigação dita "fundamental". Mais do que saber se tem aplicação ou não, esta última deveria ser avaliada pela qualidade dos projectos e de quem se propõe a desenvolve-los.

2 comentários:

Francisco Rodrigues disse...

Eu concordo plenamente. Mas fico com uma dúvida, quem vai avaliar a qualidade da investigação dita "fundamental"?

as universidades, o governo, ambos, ou abre-se uma guerra sem precedentes entre universidades, na caça ao financiamento?

koolricky disse...

No Reino Unido existe um método de avaliação de investigação (Research Assessment Exercise) que é independente do estado e leva em linha de conta TUDO, como por exemplo, o número de artigos em revistas com indíce de citação decente (99% dos artigos publicados são citados menos que 2 vezes, isto porque as revistas onde são publicados são bastante fracas). O mais interessante é que calcula o dinheiro que foi preciso para publicar 1 artigo, o dinheiro necessário para atrair novas bolsas (privadas ou internacionais). Ou seja é um método funcional para medir quão bem gasto foi o dinheiro investido e para recompensar quem melhor dele fez uso!