08 novembro 2006

Fora do jogo




"Carlos Carvalhal despediu-se do Sp. Braga. No momento da saída, o técnico desmentiu que a demissão esteja relacionada com a derrota em Alvalade ou com o facto de ter permitido a João Pinto reservar-se ao direito de não entrar em campo a quinze minutos do final do jogo, numa decisão que não terá sido muito bem recebida no balneário. «As razões são apenas de ordem pessoal», garantiu o treinador. «Não têm a ver com as pessoas do Sp. Braga, têm a ver com a minha disponibilidade para treinar o clube».

Sem ser completamente esclarecedor, Carlos Carvalhal deixou subentendido que a família estaria a ser alvo de grande pressão. «Eu não sou das pessoas que vive o futebol 24 horas por dia, há coisas mais importantes que o futebol na minha vida», referiu. «Estou a referir-me a pessoas que me são próximas e que me colocaram num beco sem saída. O facto de treinar o Sp. Braga estar a afectar pessoas que me são próximas. Não há sobre para mim, eu não sinto pressão. São problemas pessoais de natureza familiar».

Carvalhal desmente Beira Mar mas garante que a única reserva moral é em relação ao Sp. Braga

Pelo meio perguntou-se a Carlos Carvalhal pelo Beira Mar. Clube que aparece na lista de pretendentes ao concurso do treinador demissionário do Sp. Braga. «Neste momento essa é uma pergunta quase ofensiva, mas entendo-a», respondeu. «É completamente falso. O presidente António Salvador tentou ontem demover-me da minha decisão durante muito tempo, até às 22.30 horas, pelo que também por isso essa informação não tem nexo. A minha situação é de disponibilidade, mas não sei como será o futuro. Para já só me apetece descansar». Certo, adiantou depois, é que está aberto a orientar qualquer clube. «A minha reserva moral tem a ver apenas com o Sp. Braga», garantiu." (maisfutebol)

4 comentários:

Francisco Rodrigues disse...

A Antena 1 às 17.30h confirmou Carlos Carvalhal no Beira-Mar.

Anónimo disse...

O que se passou no Sporting de Braga nos últimos meses, com a devida consequência nesta semana, traduzida no despedimento do treinador Carlos Carvalhal, é bem exemplar quanto ao modo desorganizado e sem rumo definido para o longo prazo como são geridas muitas sociedades anónimas desportivas em Portugal. Nos anos anteriores, Jesualdo Ferreira conseguiu restituir aos bracarenses o estatuto de equipa europeia, como nos tempos do saudoso argentino Mário Imbelloni, nos idos anos setenta do século passado, e, de algum modo, com Manuel Cajuda. Mas foi com Jesualdo que o Sporting de Braga conseguiu aliar resultados desportivos com produção de talentos, exportados para o país e para o estrangeiro, com lucros assinaláveis para a SAD bracarense. Num clube a sério e bem organizado, esse trabalho de Jesualdo Ferreira teria que ter continuidade. Mas o Sporting de Braga não quis. Parece que foram atrás das modas e das lógicas externas impostas pelos empresários. O resultado está aí... Parece que o mais simples é difícil de aprender. E o mais simples é fazer como o Manchester United, onde Sir Alex Ferguson é o treinador há duas décadas.

Francisco Rodrigues disse...

Bem-vindo Leão da Estrela.

Concordo completamente com o teu ponto de vista, também acho que o presidente Salvador se precipitou bastante, ou terá cedido às pressões dos empresários, quando despediu levianamente o prof. Jesualdo. E o resultado está aí: tinhamos uma estrutura sólida, bem montada e que se desmorona a cada dia que passa. Isto preocupa-me bastante, até ao dia em que conseguir vislumbrar sinais de recuperação. Quem ganhou com tudo isto, foi o Porto que ficou com um excelente treinador.

koolricky disse...

Ó meus amigos ainda andam a chorar o Juju? Não tenho problemas nenhuns em dizer que o Juju ganhou muito mais com o Braga do que o Braga com ele.
E digo-vos, se há pessoas que desconfiam do Cajuda ter perdido aqueles jogos de propósito na época em que ficamos em 4º lugar (e podíamos ter ficado em 3º até à última jornada) também deviam desconfiar do Juju por nas últimas 5 jornadas ter sempre baqueado.
O Carvalhal veio para cá. Fez coisas boas e coisas más, infelismente mais das segundas do que das primeiras. Mas ao fim e ao cabo, estamos a um passo de nos qualificarmos para a próxima fase da UEFA e estamos a 3 pontos do terceiro classificado, numa altura em que tivemos de jogar mais de três jogos sem pelo menos 5 titulares.
Já foi, que seja feliz mas não contra o Braga. Que seja ainda mais feliz quem o substituir.