12 março 2006

Nuclear ganhou terreno, by Pedro Almeida

"O consumo de energia nuclear para produzir electricidade ganhou terreno no ano passado, ao subir 4,4%, após perder 2% no ano anterior. O Japão, o Canadá e a China lideraram as subidas no recurso a esta forma de energia, mas os Estados Unidos mantiveram-se como o país com maior quota de nuclear (quase um terço do total mundial). Na Europa, vários dos países ricos continuaram a desinvestir nesta tecnologia no Reino Unido, por exemplo, caiu 10% e na Holanda perdeu 4,8%. Outros, como Suécia, a Roménia ou a Hungria, consumiram mais nuclear. Do outro lado do Atlântico, também o Brasil e o México diminuíram o recurso a electricidade produzida a partir de centrais nucleares".

In JN

Será que devemos aderir à energia nuclear como forma de diminuirmos a nossa dependência da energia proveniente do petróleo e do gás natural? Quais as vantagens?

Penso que em relação e este ponto poderemos discutir os impactes (impactos - cada um usa o que quer) ambientais da implementação da energia nuclear no nosso país. Poderemos discutir a estratégia a seguir, nunca esquecendo que sempre que se fala de aspectos ambientais temos que pensar sempre no que faz menos mal, dado que impactes haverá sempre, mesmo na implementação de energias consideradas limpas ou renováveis. Deste modo, e colocando o nosso pensamento ao nível do que irá acontecer na próxima década, obtemos o seguinte:

. preço dos combustíveis fósseis a subir, dada que a crescente procura por parte da população não irá ser acompanhada pela curva da oferta; o Homem tem solucionado este problema com mais e melhor tecnologia, indo "buscar" om petróleo mais fundo, mais longe e em locais cada vez mais inacessíveis. Contudo tudo tem um limite;

. os países em vias de desenvolvimento, como a Índia e a China, entres outros, têm uma tendência cada vez maior de consumo energético, não aplicando, no entanto, quaisquer defesas ao nível ambiental. Na próxima década as grandes potencias económicas serão exactamente a Índia, a China e os Estados Unidos - países que não aderiram ao Protocolo de Quito (Peixoto, Ricardo - 2006). Além disso os países pobres costumam dizer o seguinte: "Vocês, países mais ricos, para se desenvolverem estragaram o ambiente global, e nós não temos esse direito?";

. a poluição atmosférica, como consequência do já referido, atacará cada vez mais a camada de ozono, o que provocará um aquecimento global, que por sua vez trará outros problemas, como a mudança da temperatura das correntes marítimas, provocando fenónemos como o El Nino e outras catástrofes naturais, como as vistas durante o ano 2005, com a consequente aparição de furacões, tempestades e inundações. Além disso é provavél a mudança de clima em países habituados a climas temperados, havendo mesmo quem diga que o clima português passará a ser parecido com o Nova York (Peixoto, Ricardo - 2006);

. a maioria dos ambientalistas e seus opositores, não se costumam lembrar, da questão relacionada com o degelo, o que libertará matéria orgânica aí retida, que por sua vez irá ser consumida por bactérias que libertarão metano para a atmosféra (Peixoto, Ricardo - 2006). Penso que toda a gente sabe que as consequências do metano na atmosfera são muito maiores que o dióxido de carbono;

. com o preço do petróleo a aumentar, dada a crescente procura, e a dimuição da oferta, o Homem terá que desenvolver outras formas de garantir combustíveis para os milhares de automóveis, aviões e barcos que, actualmente, garantem o nosso nível de vida, com o transporte de pessoas e bens. Deste modo, a única alternativa que me parece credível é o Hidrogénio. Porém, é sabido que este não se encontra livre na atmosféra, havendo a necessidade de o separar de outros elementos. A molécula mais utilizada será sem dúvida a água com a realização da electrólise. Chegando a este ponto pergunto-vos: onde iremos buscar a energia necessária para realizar a electrólise para obter quantidades de hidrogénio suficientes para so nossos gastos energéticos? Será que a aplicação das energias alternativas é suficiente? Sinceramente não acredito;

. o nosso país produz cerca de 70% da energia electrica consumida a paritr de combustíveis fósseis, uma parte provem das centrais hidráulicas e o restantes são adquiridos a França, com o
pagamento de uma taxa para que esta possa passar por Espanha;

Sendo assim é lógico questionar será que não valeria a pena a implementação de centrais nucleares no nosso país? Não nos deveríamos preparar para a próxima década? Além da desvantagem óbvia do lixo radioactivo que outras desvantagens conhecem? Será que a desvantagem do lixo radioactivo não será mais baixa que a poluição ambiental? O crescimento económico e a comparação com os demais países não dependerá desta atitude?

Que ninguém me venha comparar as economias de Espanha e Portugal. Temos que ser realistas. Qualquer problema que haja nas centrais nucleares espanholas terá repercussão em Portugal, porém não tiramos daí nenhuma vantagem.

Fico à espera da vossa opinião. Consultem o site sobre energia nuclear:

2 comentários:

Anónimo disse...

...os principais rios que passam em Portugal nascem em Espanha. E eles tem centrais nucleares. A fama e o proveito...

koolricky disse...

Pedro, o metano não vai ser originado pelas bactérias quando o degelo acontecer. O metano já está lá, só que sob o manto de neve e portanto, congelado. Portanto a libertação vai ser muito mais rápida do que o que tu referiste no teu post.

Quanto às alterações climatéricas que referiste tudo advém do facto de o gelo que se está a derreter ser água doce e portanto estar a alterar a salinidade do mar. SE o pólo norte e grande parte da Gronelândia virem a derreter então PODERÁ acontecer que com a alteração da salinidade e subsequentemente alterar os níveis de humidade, marés, etc fazendo com que a corrente do México (que nos bafeja com calor) deixe de existir e com que a temperatura média desça vertiginosamente. Durante o inverno teremos temperaturas muito negativas e durante o verão, temperaturas altas. Em Portugal faz mais calor do que em Nova York.