04 abril 2006

Páscoa s.XXI

Nas caixas de correio de uma freguesia bracarense apareceu estes dias uma carta interessante, da Igreja, o que é normal em tempo de Páscoa. No seu interior vinha um folheto com uma mensagem do Padre e a lista dos itinerários das numerosas cruzes do compasso. Fiquei chocado ao ver que no exterior do envelope vinha escrito:

“ajude a pagar as obras do nosso centro pastoral e paroquial

Nome:____________________________

Morada:___________________________

(N.B. Se estiver interessado pode pedir recibo no Cartório Paroquial para efeito de IRS)“

Que as paróquias gostam de receber umas massas na Páscoa, já toda a gente sabe; o que me deixou confuso e espantado foi a frieza gananciosa do envelope que serve para informar os paroquianos dos compassos e para divulgar a mensagem de Páscoa do Padre, mas também serve para introduzirmos no seu interior dinheiro e para preenchermos os nossos nomes e respectivas moradas. Será este ritual mais cristão que a bênção dos lares (mesmo sem padre) e o beijo em Cristo Ressuscitado? Será que as paróquias pretendem fazer uma base de dados com as ovelhas negras, assim-assim e as abastadas do rebanho? Será pura estatística? Será esta uma forma directa de ir ao encontro de Deus ou de praticar boas acções?

Na Alemanha já existem igrejas com caixas de esmolas automáticas que aceitam cartões Multibanco e de Crédito, em que o crente dá a quantia que quiser. Qualquer dia temos porteiros nas igrejas a entregar cartões de consumo ou free-passes.

Há coisas do Diabo.


FR

“But I am a demon who dresses in red
And I do not hope you will understand...Mephisto”

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