12 outubro 2006

PLANO MUNICIPAL PROPÕE BRAGA COMO «PERMANENTE CAPITAL DA CULTURA»

Honrar o passado histórico e cultural, através da preservação das fontes que alimentam o progresso mental e intelectual, o saber e a consciência cívica, e intensificar a criação das bases socio-culturais indispensáveis a um desenvolvimento sustentado no tempo e no espaço, procurando uma cada vez melhor condição de vida, são os eixos fundamentais da proposta do Presidente da Câmara Municipal de Braga para a área da Cultura no próximo ano.

A proposta – que será submetida proximamente a apreciação e votação em sede de Executivo – tem em conta a herança de séculos que Braga assume como grande centralidade regional, como importante centro difusor de cultura e pensamento e como pólo de inovação e desenvolvimento económico.

A acção contemplada nesta proposta, se, por um lado, expressa a grandeza singular deste legado inalienável, por outro, assinala a vontade do Município de abraçar mais altos desígnios de protagonismo e afirmação, confiado que está na excelência da sua sociedade académica e artística, no dinamismo dos seus agentes e no seu rico e variado movimento associativo e institucional, com o quais se propõe continuar a firmar oportunas e decisivas sinergias evolutivas.

No documento sublinha-se o facto de, consciente do seu papel de agente de desenvolvimento, o Município de Braga ter implementado nos últimos anos um programa de investimento estruturante no sector cultural, de que se destaca a requalificação do Theatro Circo, bem como a criação da Escola de Música, obra que se prepara para executar.

«Estes são equipamentos que vão possibilitar um considerável reforço da oferta na área do espectáculo, ao mesmo tempo que permitem fazer a captação e formação de novos públicos, em função do seu gosto e expectativa», justifica-se, acrescentando-se que, «a partir de agora, a cidade vai evoluir para a concretização social do conceito de "capital permanente da cultura", mercê do aproveitamento máximo das suas infra-estruturas no plano artístico e para o incremento das marcas e imagens que a transformam num centro histórico e cultural de grandeza única no país».

Neste entendimento – acrescenta-se – Braga, não só continuará a ser uma cidade orgulhosa do seu património e passado, assumindo-se a autarquia, neste domínio sensível, como guardiã da sua memória colectiva, como será também uma cidade e um concelho fautores de um futuro promissor para as gerações do terceiro milénio, feito ao mesmo tempo de tradição e modernidade.

«Enquanto centralidade regional do noroeste peninsular, Braga participará na construção da nova identidade europeia, sem perder a condição de cidade eterna e legenda da civilização ocidental, que esteve na génese da formação do país com fronteiras mais antigas da Europa», sustenta-se.


Quanto a mim é atirar poeira para os olhos dos Bracarenses no seguimento da decisão do governo em atribuir a Capital Europeia da Cultura a Guimarães. Não que os Bracarenses se importem muito porque para a maior parte, o problema foi da atribuição de tal honra a Guimarães, se fosse Coimbra o pessoal já nem estava tão chateado.
É criminoso dizer que se apoia a cultura quando se tem vindo a assistir, há alguns anos a esta parte, à tentativa de assassinato de um marco na cultura bracarense, o bar Deslize. É criminoso dizer que se apoia a cultura quando se demora 7 anos a concluir uma obra qua agora se diz tão importante, o Theatro de Circo, quando deveria ter demorado um ano e meio. É criminoso, dizer que Braga tem bastantes festivais culturais quando a publicidade feita a esses mesmos é, desculpem o termo, patética. É criminoso destruir jóias culturais, tais como o Palácio da Sra a Branca ou a Casa do Monte de Sta Guadalupe para dar licenças de construção aos amiguinhos da Contrução Civil.
O Eng. Mesquita Machado está a tentar não dar o tempo como perdido ao lançar a proposta para a Braga Capital Europeia da Cultura 2012 como perdida aproveitando-a para enganar o parolo. Ele que ADMITA os erros que cometeu e encontre os culpados por tal fiasco! De certeza que foi gasto muito dinheiro nesta candidatura e em tempos de crise, pede-se responsabilidade.

3 comentários:

Francisco Rodrigues disse...

Apoiado a 100%!!!!!!

Francisco Rodrigues disse...

...e já agora, também é criminoso ter o Parque da Ponte e o Estádio 1º de Maio deitados ao abandono, à mercê dos assaltantes e ladrões.

NA disse...

É para mim bastante claro que este documento resulta do rascunho que tinham para apresentar como candidatura a Capital da Cultura... Qualquer pessoa que já organizou seja o que for sabe que não houve tempo para desenvolver um programa, nem sequer um tão pobre qto este...

Acho bem que haja uma atitude de tentar remediar a "perda" mas também acho, na linha do que tem sido defendido neste blog em diversos temas, que têm que encontrar os responsáveis e arranjar mecanismos de responsabilização...