04 março 2007

Salazar

"A Praça 25 de Abril e a Rua Humberto Delgado, em Santa Comba Dão, foram, ontem, durante mais de quatro horas, palco de confrontos verbais entre resistentes antifascistas que se opõem à criação do museu do Estado Novo no Vimieiro, terra natal de Oliveira Salazar, e populares que classificaram a iniciativa de "pura provocação". Vivas ao ditador, gritados por centenas de pessoas que se posicionaram na praça, cruzaram-se, durante toda a tarde, com 'Grândola Vila Morena' entoada por homens e mulheres de punho erguido e cravo vermelho ao peito."
In JN, 04/03/2007
"- O momento mais ‘quente’ da tarde viveu-se quando os resistentes antifascistas se preparavam para sair de Santa Comba Dão. Um grupo de jovens levantou os braços e fez a saudação fascista em direcção à facção contrária, gritando, ao mesmo tempo, “Viva Salazar”.
- “Santa Comba merece muito mais do que ficar no mapa turístico de saudosistas de uma ideologia repudiada e condenada pela História”, afirmou Alberto Andrade, um dos membros da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) que discursou na sessão pública.
- O jovem Ricardo Costa, de 24 anos, classificou de “absurda” a manifestação dos antifascistas. “Concordo plenamente com a criação do museu. Era bom para desenvolver o turismo e para ajudar a compreender a nossa História”, disse."
In Correio da Manhã, 04/03/2007

O homem ainda mexe. Depois da votação para o melhor português de sempre, a qual Salazar corre o sério risco de ganhar, eis que surje outra polémica em volta do Ditador. O museu servirá para mostrar o que foi o Estado Novo. Para o bem e para o mal. Não há necessidade de esconder o que se passou. Eu que nasci na década de 70, e não vivi esses tempos, ouço com atenção o que os meus familiares me contam sobre a vida da época, dado que tenho necessidade de aprender para me relacionar melhor com as pessoas mais velhas, e me sentir enquadrado com a sociedade. Apesar de respeitar quem sofreu e foi oprimido, acho que não devemos varrer o lixo para debaixo do tapete.
Contudo o pormenor da notícia do JN é o nome das ruas onde a acção se desenvolveu. Repararam?

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