Névoa diz-se "farto de calúnias"
ESTELA SILVA / LUSA
Empresa aceitou reduzir área de correspondência dos terrenos "pelo desgaste", segundo Domingos Névoa
O administrador da Bragaparques, Domingos Névoa afirmou, ontem, em Braga, que a permuta e a hasta pública de terrenos do Parque Mayer pelos da Feira Popular "foi legal e transparente", tendo resultado de uma "dura e longa negociação com o Município". "Basta de calúnias", declarou, em entrevista à Lusa, na qual lamenta que Carmona Rodrigues "só agora, muito tardiamente, tenha dito que vai clarificar o assunto". Névoa lembra ainda que adquiriu o Parque Mayer com base num protocolo de construção assinado pelo então presidente da autarquia, Jorge Sampaio, com os antigos proprietários.
Diz que "Carmona defendeu bem os interesses de Lisboa" na negociação com a Bragaparques, mas lamenta que a clarificação que se propõe fazer durante a campanha eleitoral "venha tarde e depois de outros já terem atingido os seus objectivos políticos".
Avisando que está "farto de ser maltratado", o empresário sustenta que "também Santana Lopes pode dar testemunho de que as duas partes defenderam, com grande empenho, os seus interesses, numa negociação que se prolongou por mais de três anos, e que foi sempre aberta e clara". Lamenta, ainda, que o ex-presidente do Município, o socialista João Soares, se tenha referido ao negócio da permuta como tendo sido "um cambão", exigindo-lhe que se retrate publicamente.
"João Soares foi um excelente presidente, um dos melhores que Lisboa já teve, e eu confiava-lhe a gestão das minhas empresas, mas não lhe admito isso", afirma.
Névoa recordou que feitas as avaliações e abertas em 24 de Outubro de 2003 na presença do vice-presidente da Relação de Lisboa, juiz-desembargador Luís Vaz Neves, de um perito do mesmo Tribunal, David dos Santos e dos respectivos avaliadores constatou-se "que os valores das avaliações não apresentavam diferenças apreciáveis".
"Aliás as avaliações que posteriormente foram solicitadas pela CML vieram confirmar essa mesma relação de troca", avança. "Se alguém foi beneficiado com a permuta foi a Câmara", afiança.
As negociações ficaram então suspensas, em Março de 2004, só tendo sido continuadas quando Carmona Rodrigues assumiu presidência "Viemos a aceitar, contrariados, uma redução de 67 mil para 61 mil metros quadrados, devido ao desgaste e ao cansaço de anos de discussão".
Sobre o direito de preferência na compra do remanescente dos terrenos da Feira Popular, Domingos Névoa revela que "foi uma condição que a Bragaparques impôs desde o começo, por razões de economia de escala e de coerência do projecto urbanístico para o local".
Preferência ditou negócio
"Se não houvesse a "preferência" não teríamos feito a permuta", observa, frisando que o direito foi exercido nos termos legais e sem qualquer prejuízo para a Câmara. Domingos Névoa afirma que "foram quase quatro anos de um longo processo de negociação entre duas entidades que defenderam os seus interesses o melhor que puderam".
O empresário aproveita ainda para desafiar quem quer que seja a provar o contrário, e lamenta que "alguns políticos e alguns jornalistas não digam a verdade".
"Este tipo de contrariedades só me dá mais força para trabalhar", afiança, lembrando que o grupo de empresas que dirige se caracteriza por "concretizar, com trabalho e competência, aquilo que se propõe realizar"
In JN
20 junho 2007
Caso Bragaparques
Posted by rui at 12:26
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