28 outubro 2007

Eléctrico vs Metro de Superfície

Antes de mais, quero dizer que sou um puro defensor do melhoramento dos transportes no Baixo Minho e especificamente em Braga. Acredito que a melhoria dos transportes em Braga só será conseguida com um aproveitamento efectivo dos TUB (fazendo trajectos rápidos e frequentes, o que também implicará a instituição de faixas para autocarro) com uma conexão efectiva com o transporte metropolitano do futuro, o metro.
Como tal, fui um dos muitos que esteve na génese do debate dos transportes no Baixo Minho na blogosfera. Recentemente, Pedro Morgado, utilizando o fantástico blog Avenida Central aventurou-se numa petição, a famosa Petição pelo Eléctrico que resultou num surpreendente número de subscritores a apoiarem a iniciativa. Eu fui um dos que votei embora houvesse uma pequenina coisa que me inquietasse - será que as pessoas vão mesmo perceber a verdadeira função que se quer num eléctrico em Braga? A minha dúvida foi esclarecida pelo recente trabalho que a ComUM fez no centro de Braga que merece as minhas mais entusiásticas palmas. A maior parte dos inquiridos (se bem que a amostra seja pequena no tal trabalho) liga a imagem do eléctrico com esta (ver abaixo) canalizando os pensamentos para o eléctrico voltado para o turismo.
As respostas foram esclarecedoras com a a maioria dos entrevistados a dizer que não era uma aposta rentável e que havia muitas coisas para fazer antes, e mesmo alguns, duvidaram da função do Eléctrico como uma alternativa de transporte.
Embora ache (e seja um acérrimo defensor) do turismo como uma das grandas apostas para o futuro de Braga, creio que o eléctrico virado para o turismo não é uma prioridade, há coisas bem mais importantes a ser feitas para atrair turistas. Creio que quando se fala em Metro de Superfície as pessas associem não só esta imagem (ver abaixo) mas também como uma mais valia para eles próprios, uma maneira de se movimentar na cidade mais depressa e efectivamente.

Fiz a minha pequena experiência (que não pode ser interpretada com nenhum rigor científico) e perguntei a familiares e amigos se queriam um eléctrico em Braga e se queriam um Metro de Superfície. Fiquei surpreendido quando todos preferiram o metro de superfície, mesmo dizendo-lhes que os dois poderiam fazer a mesma coisa porque na realidade são a mesma coisa.
Este post vem alertar, portanto, que a palavra "Eléctrico" travará, concerteza, muitas pessoas de acharem esta uma prioridade para Braga. O Metro de Superfície (ou eléctrico, como lhe queiram chamar) é uma prioridade para Braga e para o Minho. Só teremos a ganhar quando tivermos uma alternativa rápida e eficaz que ligue os vários pólos populacionais do Baixo Minho, tornando a região mais interligada, mais unida e com mais pujança no contexto do Noroeste Ibérico.

1 comentário:

Francisco Rodrigues disse...

Concordo na totalidade. Este teu post parece-me bastante pertinente. Aliás, o caos que se vive no trânsito bracarense actualmente vem reforçar a urgente necessidade de se repensar, a fundo e de forma séria, a mobilidade bracarense. Outro dado que por vezes se esquece é que Braga no Verão, principalmente, atinge níveis de poluição perigosos.