Esta noite, ao ouvir Diogo Feio, do CDS, a falar na SicNoticias lembrei-me de um "post" que li no Avenida Central por Pedro Romano: Fundamentalismo da Escolha. Ambos defendem o cheque-ensino.
O cheque-ensino consiste num suposto "cheque" que é "entregue" a todos os pais e que lhes permite escolher a escola que querem que o filho frequente. Assim os pais podem escolher a escola que melhor se adequa ao modelo de ensino que pretendem para o seu filho. As escolas receberão o seu financiamento baseado no número de "cheques" recebidos.
A primeira impressão é sem dúvida positiva. No alto dos nossos "castelos" só podemos concordar com esta medida. A criança passa a frequentar, não a escola mais próxima da sua residência ou do local de trabalho dos pais, mas sim aquela que os pais entendem ser a melhor.
O problema surge quando ligamos a televisão ou usamos binóculos para ver o que acontece lá longe, onde os alunos batem nos professores, onde os pais não querem saber dos filhos, onde o almoço da cantina é a única refeição quente no estômago da criança, onde o banho no final da educação física é o único que se toma, onde lavar as mão e os dentes é uma novidade que se aprende na escola... Quem escolhe por estes alunos? Onde serão eles colocados? Numa escola do Cerco? Numa Cova da Moura? E quando essas ficarem cheias? Na escola do nosso bairro, agora vazia porque nós levamos os nossos para outra?
Calma?!?!?! Se vão para a escola do nosso bairro depois, vão sair em bando e passar à nossa porta? Ui, vão invadir o nosso "muro", vão entrar no nosso castelo... E ai? Que fazemos nós? Já sei: chamamos a polícia... Sim, aquela que não entra na Cova da Moura senão morre...
Não pensem que me oponho ao cheque-ensino porque sou contra o elitismo ou o ataque à "classe trabalhadora" que tanto se protege à esquerda... A mim o que me preocupa é que qualquer estudo politico/sociológico mostra que a segregação não resolve nada, só piora. Em Lisboa a Cova da Moura era o tal lugar lá longe onde se colocava "o pobre", hoje a cidade cresceu e é aquele PROBLEMA cá dentro que a todos assusta...
Sou um defensor da meritocracia e do ensino público de qualidade. Mas a questão do cheque ensino levanta-me algumas questões:
Como são os alunos seleccionados? Por mérito? Só por mérito?
Como se define critérios de mérito no primeiro nível de ensino? (podendo esses condicionar os seguintes)
O que acontece ao aluno que não consegue entrar na escola que pretende?
Quem vai dar aulas para a escola dos que sobram?
O cheque-ensino consiste num suposto "cheque" que é "entregue" a todos os pais e que lhes permite escolher a escola que querem que o filho frequente. Assim os pais podem escolher a escola que melhor se adequa ao modelo de ensino que pretendem para o seu filho. As escolas receberão o seu financiamento baseado no número de "cheques" recebidos.
A primeira impressão é sem dúvida positiva. No alto dos nossos "castelos" só podemos concordar com esta medida. A criança passa a frequentar, não a escola mais próxima da sua residência ou do local de trabalho dos pais, mas sim aquela que os pais entendem ser a melhor.
O problema surge quando ligamos a televisão ou usamos binóculos para ver o que acontece lá longe, onde os alunos batem nos professores, onde os pais não querem saber dos filhos, onde o almoço da cantina é a única refeição quente no estômago da criança, onde o banho no final da educação física é o único que se toma, onde lavar as mão e os dentes é uma novidade que se aprende na escola... Quem escolhe por estes alunos? Onde serão eles colocados? Numa escola do Cerco? Numa Cova da Moura? E quando essas ficarem cheias? Na escola do nosso bairro, agora vazia porque nós levamos os nossos para outra?
Calma?!?!?! Se vão para a escola do nosso bairro depois, vão sair em bando e passar à nossa porta? Ui, vão invadir o nosso "muro", vão entrar no nosso castelo... E ai? Que fazemos nós? Já sei: chamamos a polícia... Sim, aquela que não entra na Cova da Moura senão morre...
Não pensem que me oponho ao cheque-ensino porque sou contra o elitismo ou o ataque à "classe trabalhadora" que tanto se protege à esquerda... A mim o que me preocupa é que qualquer estudo politico/sociológico mostra que a segregação não resolve nada, só piora. Em Lisboa a Cova da Moura era o tal lugar lá longe onde se colocava "o pobre", hoje a cidade cresceu e é aquele PROBLEMA cá dentro que a todos assusta...
Sou um defensor da meritocracia e do ensino público de qualidade. Mas a questão do cheque ensino levanta-me algumas questões:
Como são os alunos seleccionados? Por mérito? Só por mérito?
Como se define critérios de mérito no primeiro nível de ensino? (podendo esses condicionar os seguintes)
O que acontece ao aluno que não consegue entrar na escola que pretende?
Quem vai dar aulas para a escola dos que sobram?
6 comentários:
Quando a sociedade portuguesa se aperceber da importância da educação, estaremos salvos. Por enquanto, miramos o abismo.
Era bom era se o cheque ensino fosse feito para os alunos que querem ir para a universidade e cujos pais (que pagam impostos) não têm dinheiro para lhes dar semelhante regalia!
Sim, mas ai estamos a falar de um nível de ensino diferente. Não estamos a falar do ensino obrigatório. A medida que propões iria contribuir para levar para a Universidade alunos que actualmente são excluídos por falta de verba. Felizmente, estes são cada vez menos...
Ainda hoje veio no Jn uma frase do cardeal patriarca de Lisboa que dizia o seguinte, e de cor: "fazem mais falta à sociedade no futuro os professores que os políticos." Reafirmo que a sociedade deve olhar para a educação com outros olhos, e não apenas sob o olhar do jornalismo momentâneo.
Esse é outro problema, o caso "Carolina Michaelis" despertou o mediatismo para a Educação. Bom, muito bom... Chama a atenção para o problema, mas já sabemos que tudo isto vai para o caixote do esquecimento assim que uma Madie desapareceu, o Porto ganhar o campeonato, ou qualquer outra notícia fizer vender mais jornais...
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