11 julho 2008

Inércia


Pinhal de Leiria

O nemátodo do pinheiro bravo foi detectado em Portugal, na península de Setúbal, há largos anos. Este parasita afecta o sistema de circulação dos pinheiros bravos, levando-os à morte. As duas faixas de contenção anteriormente delimitadas, foram ultrapassadas. Assim, o governo decreta agora toda a área nacional como infectada. Como consequências imediatas temos a baixa do preço da madeira, bem como um embargo da união europeia à exportação portuguesa deste produto, a não ser que este seja certificado e submetido ao tratamento de alta temperatura. Este tratamento envolve um investimento, para os produtores, na ordem dos 75 mil euros em maquinaria. A fileira do pinheiro, segundo dados da CAP, representa perto de 1% do PIB nacional, isto é, cerca de 1,7 mil milhões de euros, e dá emprego a 30 mil pessoas. Com este efeito de bola de neve, que se arrasta há anos, o governo parece ter tomado consciência, finalmente, da gravidade do problema: aliás, as consequências são ainda inimagináveis, falando-se inclusive no alastramento ao pinheiro manso. Exige-se uma acção enérgica e imediata do Ministério da Agricultura, sendo esta uma boa oportunidade para o ministro desmentir o prof. Marcelo Rebelo de Sousa, que o qualificou como uma nulidade. Obrigatoriamente, pondera-se o impacto ambiental. Sinceramente, espero que não substituam a mancha de pinheiro bravo por mais eucaliptos. E, finalmente, fico apreensivo sobre o que acontecerá ao histórico Pinhal de Leiria....

2 comentários:

Marco Gomes disse...

Quase poderia afirmar com a certeza que o problema desta "praga" já preocupa as entidades responsáveis, já algum tempo.

Lembro-me, no ano passado, ter ouvido um boato, que o grande incêndio florestal do ano passado em Barcelos, foi uma tentativa, ilegal e escondida, das entidades governamentais acabar com a "praga" que se começa a sentir lá.

Em bom e directo português: o incêndio foi deliberado pelas entidades governativas para acabar, insuspeita e de forma ilegal, com a praga.

Enfim, vale o que vale.

Francisco Rodrigues disse...

Este país é uma surpresa constante.