10 novembro 2006

17 anos



A Europa viu-se novamente unida, tal como a Alemanha na madrugada de 9 para 10 de Novembro de 1989 com a queda do muro de Berlim. Finalizava também a guerra-fria, tão pacificamente que a queda do muro, em Bona,Paris, Londres, ou Washington, precisou de algum tempo para ser entendida. Dez meses depois, a reunificação da Alemanha estava concluida sem que nenhum tiro fosse disparado. O mapa político europeu sofreu a mais dramática modificação desde a Segunda Guerra Mundial, sem qualquer espectro de uma eventual guerra. Acabou pacificamente a Ordem de Malta, e consigo, o Comunismo e a União Soviética, tudo graças à bandeira branca de paz erguida por Mikhail Gorbachev, que estava na presidência do Partido Comunista da ex-URSS.
Entretanto, a União Europeia passou de 12 para 15 países. Actualmente, já somos 25, embora nem todos pertençam à zona Euro por caprichos e interesses capitais, numa pluralidade de forças que condenam um futuro próspero e credível. Esta Europa tem um potencial sub-aproveitado, peneirada em diferentes culturas, línguas e ideias, reprovadores da própria constituição. Pelo buraco da fechadura, espreita a Turquia.
Ainda há bem pouco tempo, coisas maravilhosas aconteciam neste mundo. Hoje, a História mundial caminha na régua do tempo monotonamente, camuflada pela propaganda dos poderosos, na ganância economica super-aditivada, apagando por vezes fronteiras, países e populações inocentes com pretextos escandalosamente voláteis. Ultimamente, a História não tem sido tão bonita.

8 comentários:

koolricky disse...

Bom texto.
Nas nações mais desenvolvidas a guerra é diplomática. Ninguém tem tomates para começar uma guerra entre nações a não ser que seja por uma razão muito óbvia (leia-se petróleo). *Alguém acha que a guerra do Afeganistão foi por causa do Bin Laden?*
De qualquer maneira só uma correcção. A união europeia tinha 12, depois 15 e agora 25. A Europa tem muitos mais países do que esses...

Francisco Rodrigues disse...

Tens razão, escapou-me esse pormenor. Vou corrigir.

Anónimo disse...

Bom texto.
No entanto, deixas tantas pistas que se me atrevo a comentar acabo por fazer aqui um relamório que nunca mais acaba.
Portanto vou deixar-te só uma dica para discussões posteriores: que outros muros terão de ser derrubados se queremos uma Europa forte e unida?
Deixo-te o desafio, Franciso (et.al, é claro!:))

koolricky disse...

Cardoso:

Derrubaram-se os muros físicos, falta derrubar os verdadeiros muros...

Anónimo disse...

Na mosca, Kool, na mosca! E alguns desses muros serão transponíveis? Penso que não!
Mas isto seria motivo para outro tópico!

Francisco Rodrigues disse...

Concordo plenamente que faltem derrubar os muros virtuais. A União Europeia não tem uma voz tão forte como deveria a nível mundial. Existem alguns aspectos que a diferenciam dos estados unidos, tal como a multiplicidade de línguas, imensas diferenças entre os países que a constituem, etc. Mas não penso que passe por aqui o problema principal, acho até estes factores secundários e perfeitamente ultrapassaveis. Existem outros aspectos negativos de maior peso, tais como:
-países de primeira e de segunda, por muito que se negue isto é um facto;
-não existe um rosto forte, de peso e único, que represente a União Europeia como uma nação, mundialmente;
-existem países que não pertencem à zona Euro e o Reino Unido é um deles, na sua eterna prepotência;
-em sitações de conflito, tal como foi a última guerra do Iraque, a União Europeia dividiu-se completamente em forças divergentes;
-nem se conseguiu aprovar a constituição europeia;
-não existe uma política comum de apoio à inovação e investigação científica, uma aposta forte na educação;
-vê-se uma passividade inexplicável perante a inundação de produtos chineses. Se a Europa quisesse, assumia a consequências, barrava a importação desses produtos e ponto final;
-diferentes políticas de imigração, que resultam em situações de conflito como se vê nos arredores de Paris;
-finalmente, a questão da Turquia: Há uma cultura de intriga neste assunto, quer-se fazer tudo na sombra, um acto de bastidores numa situação melindrosa, já que existe o eterno conflito entre a Turquia e a Grécia, para além de a Turquia ser um país muçulmano e altmanete estratégico.

Que me lembre são algumas coisas que deveriam ser repensadas, os tais muros virtuais.

koolricky disse...

O problema da União Europeia é simples mas profundo. Como nãó é um país com uma voz de comando firme cada um zela pelo seu esperando que o outro fique melhor. Alguma vez o Reino Unido vai abdicar dos seus direitos para favorecer Portugal? Alguma vez Portugal vai abdicar dos seus direitos para favorecer os países de leste? E por aí adiante...

Outra coisa foi o aproveitamento defeituoso que fizemos dos fundos europeus. Temos auto-estradas de ponta, acessos invejáveis e muitas pessoas (em especial as que recebiam os fundos para os distribuir) compraram novas casas e novos carros.
No entanto, a Eslovénia, um país que se juntou à UE há ano e meio, com UMA autoestrada e UMA linha férrea tem mais produtividade do que nós. Será caso para perguntar: As auto-estradas foram feitas para ir à urbe ao domingo à tarde ou para estimular a economia. Respondam, se quiserem...

Francisco Rodrigues disse...

Foram feitas para ir ao centro comercial ao Domingo à tarde e para ir às discotecas/bares à sexta e sábados à noite, na urbe.