13 novembro 2006

"China parte 1" ou "O Pesadelo"

É mais do que óbvio que a China irá ser a grande potência mundial do futuro. Se mais tarde ou mais cedo, é a pergunta que falta responder. Isto traz consequências a todos os níveis e receio que depois de Mongóis, Gregos, Romanos, Turcos, Portugueses, Espanhóis, Ingleses, Franceses e Holandeses e por fim os Americanos este será o último grande império a durar. Porquê?
Pensa-se que o verdadeiro crescimento da China no ano passado foi na ordem dos 14%. Pode até parecer bom mas o facto é que quase duplicou o número de carros existentes nas ruas Chinesas. Mais carros significa mais petróleo (que a China não tem), o que significa especulação dos preços (o que a China está a começar poder pagar) e o estagnamento das economias ocidentais (que não podem concorrer com os baixos custos de produção chineses). Além disso, mais carros significa mais poluição. Mais poluição num país que não assinou o protocolo de Quioto significa efeito estufa, efeito estufa significa aumento das temperaturas, degelo dos calotes polares, libertação de metano na atmosfera. Para nós resta-nos a hipótese de ficar com um clima de verões quentíssimos (onde ninguém quer estar, dizendo portanto, adeus ao turismo) e invernos gelados (devido ao desiquilíbrio da corrente do golfo), talvez nos reste a hipótese de serms bons em desportos de inverno. Além disso começaremos a ter mais furacões.
Mais do que as condições climáticas ou económicas, será a moral do novo mundo a pagar. Que justeza haverá num mundo onde a nação mais poderosa maltrata o livre arbítrio (o Partido Comunista Chinês não pode ser posto em causa), que cada ano executa mais de 11 mil prisioneiros, que abandona doentes de SIDA em aldeias remotas, sem qualquer tipo de condições para que possam ter um final de vida digno. Que justeza haverá num mundo onde a nação mais poderosa enriquece à custa do trabalho infantil, da semi-escravidão do povo trabalhador (muitos chineses trabalham 14 horas por dia)?
E a China viu o que os Estados Unidos nunca viram. África! Começam-se agora a instalar em vários países Africanos, especialmente os que têm petróleo. Em Angola já há mais Chineses que Portugueses, na Nigéria os Chineses já tem contratos de exploração para as plataformas que estão a ser construídas e estão a começar a meter o bedelho em São Tomé...
A China é um dos países que se pensa, não oficialmente, deter armas nucleares. Que têm energia nuclear e que são capazes de fazer bombas com essa tecnologia é sabido há mais de 20 anos. Com base nestes argumentos, e também em ser o maior exército do mundo, a China subjuga várias partes que sempre foram independentes. O Tibete, Formosa são os exemplos conhecidos pelos ocidentais mas há mais. Obviamente que toda a informação acerca disto é convenientemente censurada pelo Governo Chinês.

Mas não se pense que é tudo mau com a China como potência militar e económica. Na próxima vez que escrever vou explicar o que os Portugueses podem ganhar com um China pujante e rica. Deixo estes temas à discussão

1 comentário:

Francisco Rodrigues disse...

Ricardo,

no que toca à parte do quadro chinês pintada de negro, subscrevo totalmente tudo o que disseste e admito que alguns dados mencionados são novos para mim. É sem dúvida uma realidade de médio/longo prazo que vamos ter que enfrentar. Ao fim e ao cabo eles são os filhos mais novos da cultura ocidental e, tal como uma criança curiosa, estão a absorver tudo rapidamente.
Sinceramente vejo isto como um grande problema e confesso que não consigo perceber como nós, europeus, nos vamos adaptar a este crescimento vertiginoso. Ás vezes os grandes predadores não são invulneráveis ao próprio veneno...Será?
De qualquer forma, estou curioso...espero pela tua contra-análise.