O responsável da SAD do Sporting de Braga está magoado com a cidade e com o fraco apoio dos adeptos. António Salvador, num discurso que soou a desabafo, está a equacionar a possibilidade de sair da direcção.
“Este clube está com uma grande afirmação desportiva nacional e internacional, tem os seus problemas financeiros resolvidos, mas os adeptos continuam desligados do seu clube”, observou o líder bracarense, referindo-se à fraca assistência na ‘Pedreira’, tendo em conta a importância do desafio para o futuro do Sporting de Braga na Taça UEFA.
“Depois de tudo isto, temos que pensar, eu e a minha administração, se vale a pena continuar a trabalhar para um projecto credível. Esta foi a resposta que a cidade e os associados deram ao trabalho que temos vindo a desenvolver”, acrescentou, desolado.
Num tom de crítica viperina, António Salvador foi mais longe. Disse que “não sabia” se era uma “decisão certa” o Sporting de Braga continuar na Taça UEFA, afirmando mesmo, com ironia, que estaria a estudar a hipótese de “mudar o clube para Guimarães ou para o Porto!”, numa alusão à afluência ao estádio daquelas massas associativas.
Nojo e desilusão
Questionado se estava a pensar abandonar o projecto num momento alto para o Sporting de Braga, António Salvador voltou a reagir a quente.
“É uma questão a pensar. Tudo isto que tem acontecido no futebol português deixa-me triste. Esta quarta-feira, cheguei a casa e vi notícias que me deram nojo, pois envergonham o futebol português e todos os portugueses! Sinto-me envergonhado com o que se tem passado…”, reforçou.
sportugal
Sinceramente, o presidente Salvador até tem um fundo de razão: é preciso mudar a mentalidade dos bracarenses. O problema foi ele ter tentado aplicar terapia de choque quando se sabe que há coisas que levam o seu tempo e obviamente, ter dado o exemplo do Vitótia de Guimarães de uma forma tão contundente.
A mim, directamente não me atingiu nem um bocadinho, por dois motivos:
fui ver o jogo do Braga ao estádio e, novamente rivalidade aparte, reconheço a devoção e fidelidade dos adeptos do Vitória.
Existem graves defeitos no Estádio Municipal de Braga, isso é um facto. Tem fracos acessos, péssimo estacionamento e imensas escadas. De resto, não lhe aponto rigorosamente mais nada. Não é um estádio frio porque a cidade de Braga em si é fria, não há nada a fazer.
No que Salvador falhou mesmo, e lhe retira quase toda a legitimidade, é que antes de ele criticar qualquer adepto braguista, deve olhar para a organização interna do seu clube. Assim, deve rever profundamente TODA a política de marketing, TODA a máquina organizativa no que se refere à venda de bilhetes e inscrições de sócios. É inadmissível que, em pleno século XXI, o pretendente a 4º grande:
-> não tenha um sistema de pagamento de cotas e bilhetes por referência de Multibanco;
-> tenha uma loja de tão fraca qualidade enfiada num buraco que ninguém vê;
-> não exista uma loja virtual com produtos variados e que, não estejam sempre esgotados ou que simplesmente não contemplam as crianças.
Devo dizer que já existem algumas evoluções, tal como a venda do RedDream Pack ou a assinatura do protocolo com a Universidade do Minho, mas há ainda muito que fazer. Quando o Braga evoluir mais e melhor, aí sim, o presidente pode criticar os sócios que ficam em casa.
16 dezembro 2006
febre delirante (?)
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3 comentários:
Sinceramente pareceu-me que estavam bem mais que 11.000 no estádio...
Faço minhas as palavras do FR. Quanto ao número pareceu-me esse, 11000.
Acrescento mais um item que deveria ser tratado com atenção, item esse sugerido pelo Ricardo no superbraga:
o presidente do Braga deveria fazer preços de bilhetes muito mais baratos para crianças e jovens. Porque é de pequenino que se conhece e ganha a mística.
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