Cifrões

Ao ler esta notícia sobre a nova administração do Hospital de São Marcos, chego à conclusão que ali só se vêem cifrões e os doentes são tratados como gado. Pela amostra, o governo entregou aquilo a gente bastante sensível...

Onde estão?

Para quem não reconhece, a imagem mostra a zona junto ao "canudo" do Bom-Jesus. Aqui existiam aqueles magníficos bancos vermelhos de madeira. É caso para perguntar se eles para lá voltam ou se aquilo se tornará uma ampliação da esplanada: seria mau demais....

Braga em Pormenor - Parte I

Braga em Pormenor

Metal em Braga

Salvemos o Edifício da Fábrica Confiança

Seria um crime fazer este edifício desaparecer. Há uma petição para que isso não aconteça.

O Engenheiro não debate

Andasse ele na escola, com tantas faltas (falta 1, falta 2, falta 3, falta 4), já estaria submetido a uma bela prova de recuperação, a ver se não reprovava o ano. E essas faltas seriam injustificadas, porque as desculpas apresentadas não convencem ninguém, agravadas pelo lema Sempre Presente. Falta saber se os bracarenses lhe vão exigir essa prova para recuperar a matéria perdida, ou se, os arranjos em algumas infraestruturas das freguesias, servem para aliviar o mapa de faltas.

Capítulos Soltos

À porta fechada

O Bloco de Esquerda de Braga queixou-se à Comissão Nacional de Eleições da recusa da empresa municipal do Teatro Circo em ceder o espaço para uma iniciativa política, lembrando que ali se têm realizado diversos eventos.

A queixa do BE, que se segue a uma idêntica da CDU local, refere que as portas do Teatro foram abertas para o presidente da Câmara assomar à janela quando foi inaugurada a obra de prolongamento do túnel da Avenida da Liberdade.

O BE não aceita a resposta dada pelo administrador Rui Madeira que justificou a não cedência com "a natureza específica e objectivos do equipamento", contrapondo que ali decorreram diversos eventos, quer de cariz governamental ou municipal, quer mesmo com a vertente comercial. in sapo.pt

A luta partidária na ebulição pouco democrática da proximidade da peregrinação às urnas.

A VISÃO: Afirmar o Theatro Circo como pólo aglutinador e despoletador de dinâmicas culturais e de criação, junto dos públicos, na cidade e região, afirmando ao mesmo tempo Braga, cidade europeia de cultura. Através de práticas profissionais, claras, concretas e afirmativas. Valorizando cada dia o que há, integrando uma estratégia de cidade que cria e consolida infra-estruturas, suportando-as através de dinâmicas culturais e de gestão consequentes;

OS OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS: Ser exemplar e responder em quantidade e qualidade à cidade e região. E, nesse contexto, como equipamento ao serviço da política cultural da cidade, assumir e potenciar, através de uma programação integrada (o local, o regional, o nacional), para uma mais qualificada intervenção indutora de novas dinâmicas culturais. Para tal o cruzamento de propostas e programações deve ser claro. in theatrocirco.com

Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço......

Labirinto

Gostava que os principais candidatos à Câmara Municipal de Braga um dia fizesse um exercício:

- peguem num carro, sem motorista (claro!) e circulem pelas ruas de Braga, aleatoriamente entre o centro, arredores e vias rápidas. Depois é só irem pensando no seguinte: eu não sou de cá, circulo em Braga pela primeira vez e quero ir para um determinado destino (em Braga ou para outra qualquer cidade ou vila); em que medida a sinalização existente me pode ajudar/enganar? Onde é que essa sinalização deveria existir e simplesmente não está lá?

Olhar pelo Mundo

À sorte

A imagem mostra uma parte da via rápida, mais especificamente, na zona entre o Continente e a Rádio Popular. Toda a gente sabe que nesta zona há muitas superfícies comerciais, logo, há muita gente de fora por ali a circular, quer em cima, quer em baixo do viaduto. Ainda que assim não fosse, dada a dimensão das vias, bem como os acessos que proporcionam, é escandaloso não existir uma única seta, uma única indicação: seja para Barcelos, Guimarães, A3, A11, Chaves, Gerês, VIla Verde, Ponte de Lima, Amares, Porto, Universidade do Minho, Estádio, centro, etc. Nada, ali não existe nada. Então, as pessoas que não são de cá, andam por ali perdidas. Até parece que são obrigadas a conhecer o caminho, ou então, a terem um GPS que lhes valha.

Sebastião Alba

Este filme foi realizado como forma de homenagem ao poeta Sebastião Alba através de um poema de Antonin Artaud intitulado "A Busca da Fecalidade" No filme surgem também poemas de Alba e do próprio realizador Ricardo Leite. O filme foi inteiramente rodado na cidade de Braga, onde o poeta viveu os seus últimos anos de vida. A cruz evocada, a cruz da fecalidade, da decadência, da provocação, é como que um espelho simbólico, Alba, Artaud e o realizador, comungando a poesia das palavras e imagens. Entrecruzam-se assim a essência, o corpo, a merda, parentes num jogo poético, cruel e trágico. Sebastião Alba nasce em Braga a 11 de Março de 1940. Passa a infância em Torre de Dona Chama. Aos 9 anos embarca para Moçambique. Aos 13 anos começa a ler variados clássicos, algo a que o seu pai o incentivava, depois continua a ler por iniciativa própria. Aos 21 anos é arregimentado no contingente geral, em Boane, a cerca de 20 quilómetros de Lourenço Marques, de onde deserta, vindo a ser detido e acusado injustamente por "extravio de objectos militares". Em 1965 com 26 anos, publica o seu primeiro livro em Quelimane intitulado "Poesias". Trabalha como jornalista e angariador de publicidade e conhece o interior mais recôndito de Moçambique. Em 1969 casa com Felisbela e com ela tem duas filhas, Sónia e Neide. Em 1974 morre um dos seus irmãos que lhe era muito próximo num acidente de viação. Nesse mesmo ano é publicado "O Ritmo do Presságio" na Livraria Académica de Lourenço Marques. Lecciona Economia Política e outras matérias num curso de formação da FRELIMO. Em 1978 publica "A Noite dividida". Em 1983 abandona Moçambique e passa a viver em Braga com a mulher e as filhas. A partir daí começa a "abandonar-se", vive em quartos de aluguer, começa a beber e não consegue arranjar emprego fixo. Em 1993 divorcia-se, vai cada entregando-se cada vez mais à errância. Nos anos seguintes começa a fazer-se notado e procurado por algumas pessoas, alguns para lhe falar, outros para o entrevistar. Uma dessas pessoas é Francisco Weyl e Célia Gomes, cineasta e fotógrafa, ambos brasileiros, captam imagens raras do poeta em vida. Alba torna-se então uma referência literária e pessoal para a juventude bracarense. Dorme em abrigos e à porta das igrejas, deambulando, bebendo e escrevendo. A 14 de Outubro de 2000 morre atropelado, o autor do atropelamento foge, alba deixa um bilhete dirigido ao irmão: «Se um dia encontrarem o teu irmão Dinis, o espólio será fácil de verificar: dois sapatos, a roupa do corpo, e alguns papéis que a polícia não entenderá.»

Texto e filme de Ricardo (Cinemapobre)

3 ou 5 P's

Ontem, contaminado pelo ócio, fui dar uma volta ao centro da cidade. Até achei estranho ver tanta gente: talvez já esteja a ficar desabituado à cidade grande, sujeito ao doutrinamento transmontano. Bem, mas o que interessa é que fui à Feira do Livro em Saldo e passei aquilo a pente fino, motivado apenas pela curiosidade. Até vi lá uma obra do ilustríssimo Marquês de Sade, cuja capa era banal. De resto, a tal pornografia que chocou a PSP, simplesmente não a vi. É que não a vi mesmo e poucos devem ter sido os livros que não vi. Enfim, em Trás-os-Montes falam-me na cidade dos 3 P's e eu digo-lhes que são 5. Como é que eles sabem isso tão bem??

Andrés Madrid no FC Porto

Estou no aeroporto do Porto à espera do vôo que, invariavelmeente, esta atrasado. Quando estava a passar pela segurança, um dos seguranças virou-se para mim e disse:
"Fomos buscar o vosso melhor jogador!" - o meu cachecol não mentia, e dada que a pronúncia era Nortenha, 2+2, foi vendido o João Pereira.
Apressei-me a entrar na net e qual não é o meu espanto. O Braga EMPRESTOU Andrés Madrid ao Porto, com cláusula de opção de compra.
Ao Madrid desejo toda a felicidade embora no futuro vá defrontar o meu clube. Quanto a mim, foi um dos jogadores com mais talento que passou pelo meio campo do estádio AXA. Talvez os holofotes do Porto o levem ao encontro de Maradona, que já admitiu gostar muito de Madrid.

Tapada

A torre é medieval e está na linha da antiga muralha da cidade de Braga. Já esteve oculta e, por um prédio estar em ruínas, tem uma face visível, actualmente. Mas a reconstrução da propriedade privada avança e, nesta cidade, torna-se uma vez mais impraticável a conciliação do interesse público e privado. O futuro o dirá, embora o desfecho seja altamente previsível.

Centro de Braga

Há notícias sobre o centro de Braga que se vão tornando frequentes, como o caso do prédio que ruiu na rua dos Chãos, ou do prédio que ardeu na Rua do Carvalhal. O abandono está a tornar-se perigoso, além de toda a sua evidência. Triste condição deste centro urbano.

Di profundis morte lenta

Qualquer energúmeno vê que a oferta comercial em Braga está já além dos limites para a população que serve. Numa região com uma alta taxa de desemprego, sem uma política de incentivo ao turismo de compras, dar licenças para construir projectos megalómanos na periferia da cidade só pode dar no que a Antena Minho noticia - os responsáveis pelas mesmas superfícies, deparados com inúmeras lojas vazias, estão agora a fazer acções de charme a lojas do centro histórico para que se mudem para os shoppings.
É escandaloso que isto passe impune patrocinado por uma câmara municipal falida, vendida aos interesses imobiliários e interessada em prologar buracos à custa do erário público. O centro histórico é o coração da cidade e tem que ser muito bem tratado. Já chega de centros históricos fantasma como é o Porto! Chega de burros à frente dos destinos desta cidade!

Ciclo-betão

Para alguém que, actualmente mora em Trás-os-Montes e esporadicamente vem a Braga, dá a impressão que a ciclovia apenas mudou de verde para laranja... ou será que melhoraram o piso? E uma ciclovia nas margens do Este e Cávado? É pedir muito?

Nada de bola

Tenho, ainda que não deva, investigado no meu local de trabalho, ansiosamente, se o jogo do Braga para a UEFA será transmitido na televisão. A pouco mais de 24h do início da partida, cada vez me convenço mais que não conseguirei ver nada. A Sport TV transmite, e muito bem, os desafios do Benfica e do Guimarães. As restantes equipas, e os seus adeptos, que se lixem, como sempre não é? Cá em Trás-os-Montes ainda não tenho internet em casa, por isso nem o relato online conseguirei acompanhar. O que me safa é que Mirandela é uma cidade bonita e o tempo tem estado fabuloso, por isso vou correndo ao fim da tarde, nas margens do Rio Tua. Aqui, estes espaços são longos, aproveitados, cuidados e lindíssimos. Até há campos de futsal e ténis gratuitos, junto ao rio... enfim, visão e qualidade de vida para os cidadãos. Enquanto puxo pelo cabedal, faço um manguito às televisões que transmitem até à exaustão, ano após ano, as brincadeiras de pré-época dos três estarolas.

do concerto de ontem

Foto de Pedro Rodrigues

Os bracarenses peixe : avião tocaram ontem no Theatro Circo. Aproveitei para os ver ao vivo, já que no Festival de São Cláudio de Barco não consegui estar presente. Gostei de ver o pequeno auditório do Theatro Circo completamente a abarrotar. Sobre a prestação da banda, devo dizer que levei uma chapada da realidade: a música deles é realmente boa. Há ali uma conjugação de elementos que enriquecem cada canção. Desde a voz do Roni que encarna a sua poesia, passando por todos os outros músicos, que com tanta polivalência, alargam e de que maneira o domínio de acção musical desta banda. Se alguém que não perceba nada de português ouvir estes rapazes a tocar, vai sentir uma portugalidade de peso, inconfundível, quer nos acordes mais alegres, quer naqueles que nos mostram a complexidade da banal vivência e desenham ambientes nostálgicos e tristes. Arrisco que a obra de peixe : avião, poderá ser uma mensagem de Portugal para o Mundo. Saí do concerto satisfeito e, inevitavelmente, comprei o novo disco 40.02. Vale mesmo a pena.