05 abril 2007

Campi de Gualtar e Azurém


O texto que abaixo transcrevo foi feito como sendo um prefácio a uma exposição de fotografia de Dário Silva sobre "O Comboio em Portugal". É uma visão bastante pertinente, com a qual concordo em pleno.

"O comboio foi, na viragem do século XIX para o século XX, um motor de conhecimento. Com a maior facilidade com que agora se podia viajar, as novidades circulavam muito mais rapidamente. Esse facto marcou um avanço significativo para a cultura e a ciência europeias.

Hoje, o conhecimento tem o seu motor nas Universidades e, muito particularmente, na forma como estas se conjugam com os diferentes sectores da sociedade. Nesse aspecto, a cidade de Guimarães pode estar satisfeita. Acolhe um dos pólos da Universidade do Minho. E tem as suas empresas e a sua autarquia a trabalharem fortemente com a universidade.

Esta é uma realidade que não termina em Guimarães. Estende-se a Braga e ao outro pólo da Universidade do Minho. Juntos, os campi de Azurém e Gualtar fazem da UM umas das instituições de ensino mais prestigiadas do país.

Juntas, Guimarães e Braga podem assumir-se como o terceiro grande pólo metropolitano nacional. E o comboio pode – e deve! – fazer parte desta dinâmica. Ligando os dois pólos da Universidade UM e, dessa forma, reforçando a comunicação entre as duas principais cidades minhotas.

O que nem sequer seria uma grande novidade. Aliás, logo em 1865, apenas um ano depois da primeira ligação em caminho-de-ferro em Portugal ser concluída, António Alves Carneiro, presidente da câmara de Guimarães, já tinha começado os seus esforços para a concretização da linha entre a cidade do Porto, Guimarães e Braga (...)

Outros projectos se seguiram, propondo uma ligação ferroviária entre as duas cidades. Com traçados diferentes e dinamizadores distintos, a verdade é que, desde os primórdios do caminho-de-ferro, as duas cidades quiseram estar unidas por comboio. Por um motivo ou por outro, as ligações sempre fracassaram. Mas ainda vamos a tempo de emendar a mão.

Ligar a Universidade do Minho por ferrovia, mais do que fazer todo o sentido, é uma forma de ganhar o futuro enaltecendo quem, no passado, soube projectar a ligação entre Guimarães e Braga. Tanto mais que, no caminho entre os dois pólos, se situarão dentro de muito pouco tempo duas instituições de Inovação & Desenvolvimento de excelência e nível internacional como são o Ave Park e o Instituto Ibérico de I&D".

via: Colina Sagrada

3 comentários:

koolricky disse...

A criação de uma linha de metro de superfície Guimarães-Braga-Barcelos-Esposende deveria ser uma prioridade máxima desta região. Número 1 porque ligaria o eixo longitudional do Minho ao eixo latitudional (Linha do Minho). Número 2 porque traria uma alternativa credível ao automóvel (para reduzir oas emissões de carbono) e às auto-estradas novo-riquistas do Minho. Terceiro porque ligaria não só os pólos das Universidades como os hospitais, museus, parques temáticos, ajudando de sobremaneira o turismo e a deslocação de utentes. A ligação Braga-Barcelos (15km em linha recta) demora 1 hora (!!) a ser feita.
Mas prefere-se gastar os milhões na Ota. Que pequenino é este Portugal...

Francisco Rodrigues disse...

A tua análise está excelente, só te faltou acrescentar uma coisa:

a grande área Metropolitana do Minho tem mais de 800 mil habitantes. Uma linha como tu apresentaste tem todo o interesse.

Pedro Morgado disse...

Assino três vezes por baixo... Já falei disto várias vezes. ninguém nos houve.