11 junho 2007

Alcochete

O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa, Francisco Van Zeller, disse hoje que a localização do aeroporto na margem sul, em Alcochete, permite projectar uma infra-estrutura com "grande ambição" e "capacidade ilimitada de desenvolvimento".

"É a primeira contribuição para a criação de um consenso nacional sobre o novo aeroporto internacional de Lisboa e a sua localização fica num território parcialmente ou totalmente situado dentro dos limites do Campo de Tiro de Alcochete e na zona das Faias", disse Van Zeller, no final de um encontro em que entregou o estudo preliminar ao Presidente da República, Cavaco Silva, no Palácio de Belém, em Lisboa.

O relatório, que tem um carácter intercalar, baseou-se na avaliação das alternativas de localização e teve em conta "aspectos ambientais, económicos e técnicos", realçou Van Zeller.

Além disso, ao localizar-se na Lezíria do Tejo, a sul do concelho de Benavente, permite "o acesso a fundos estruturais", adiantou.

A solução encontrada permite, ainda, "uma grande flexibilidade no faseamento da sua realização, com vista a adaptar-se à evolução do mercado do transporte aéreo", garantiu Van Zeller.

"A localização ideal encontra-se numa zona morta ambiental, onde serão abatidos fundamentalmente eucaliptos e em menor número sobreiros mortos. Não é uma zona de montado, como Rio Frio, mas uma zona de bombardeamentos pesados", disse.

Van Zeller, que se fazia acompanhar pelo economista e ex-ministro das Finanças Ernâni Lopes e pelo ex-ministro do Ambiente Carlos Borrego, explicou que nesta zona o aeroporto pode ser construído mais cedo, o território é plano e haverá ganhos em termos de acessibilidades.

O relatório intercalar, e os que se seguirão, são coordenados por professores catedráticos e realizados por uma equipa multidisciplinar de 16 especialistas, prevendo, desde já, uma redução do custo do aeroporto e do sistema integrado de acessibilidade (travessia do Tejo, redes ferroviárias e rodoviárias) estimado em três mil milhões de euros.

Os terrenos, da propriedade do Estado, totalizam 7500 hectares para projectos futuros e de ampliação, estando, por isso, "livres de especulação", sublinhou.

in Público

8 comentários:

NA disse...

Finalmente uma proposta concreta que possa ser analisada. Até agora todos os que se opunham à construção do aeroporto na Ota davam um conjunto de argumentos (mais ou menos válidos) mas não concretizavam alternativas para a resolução do problema.

Vamos esperar pelas cenas dos próximos capítulos, da novela Ota, que parece bater recordes de número de episódios. Chega mesmo a ter mais do que os "Morangos com Açucar" na TVI e a velhinha "New Wave" da SIC.

Francisco Rodrigues disse...

Ora nem mais. Acho que o presidente Cavaco está a ser uma das personagens principais desta novela, mas pela positiva, já que incentiva o debate e não se deixa ir na conversinha do governo. Parece-me que a especulação imobiliária estava a ser o requisito principal da escolha Ota.

NA disse...

Uma coisa que na Ota me deixa intrigado é o facto de ter sido escolhida pelo Governo PSD e agora com o Governo PS já não serve para o PSD. Se não fosse eu um crente na honestidade dos nossos governantes, diria que os membros do Governo ganhariam alguma comissão sobre todo o negocio e como agora não estao no governo, e a comissão vai para outros, o melhor e tentar adiar ate voltar ao governo... Mas isso seria impossivel, é só fruto da minha imaginação...

koolricky disse...

Será? Ou simplesmente será que os dirigentes do PSD NA ALTURA tinham interesse que o aeroporto fosse na Ota enquanto que os correntes não... Neste país, já nada me espanta!

rui disse...

Ou será que ambos os partidos têm comissões e toda esta discussão é para tapar os olhos do Zé "povinho".
A isto é que se chama imaginação...

NA disse...

Acho que estamos a exagerar em termos de imaginação... Ainda por cima isto da política é tudo um bando de santos que estão aqui para defender os interesses do povo, só pela vontade de fazer o bem... Sujeitos a ganhar muito menos que se tivessem a gerir empresas em vez de gerir o País. Eles merecem o nosso respeito...

Benditos sejam...

Francisco Rodrigues disse...

Oremos irmaos que a Ota dá no minimo para desconfiar. Ao menos uma vez podiam pôr em primeiro lugar o interesse do pais...

Francisco Rodrigues disse...

Parece-me que no parlamento não estão preocupados com o quanto o país vai gastar no aeroporto, mas antes com quanto é que eles vão ganhar.