Epitáfio decreto
(registo de esquecimento)
Esquece o nosso primeiro beijo
concentra-te só no último
Aquele que não chegamos a dar.
Turno último sem eperança
Ou promessa, só lembrança de algo mais
(que) solidão para dois.
Arrasta para fora da memória
A primeira palavra que
Te falei ao coração (e)
Recorda apenas o peso da última;
Nuvem negrume imposta à nossa vontade
Letra distraída, escrita à pressa
Na carne do (nosso) último momento,
Sem sentido, ou premissa, só lembrança de algo mais
(que) mentira para dois.
Gravado na pedra:
O nosso amor é eterno.
O nosso amor é eterno.
O nosso amor é eterno.
O nosso amor é eterno.
O nosso amor é eterno.
Fernando Ribeiro - Diálogo de Vultos - ediçoes quasi
25 junho 2007
Epitáfio decreto
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