23 julho 2007

Imprensa

O vocalista dos Moonspell, Fernando Ribeiro, acaba de ver publicado "Diálogo de vultos", o seu terceiro livro de poesia. À conversa com o JN, o autor disse tratar-se de "um livro com um registo muito íntimo sobre a minha relação". "É uma exposição no limite", acrescentou, confessando que chegou a hesitar antes de optar por colocar o livro no mercado "Fiquei naquela: publico ou não publico?".

"Diálogo de vultos" surge na sequência das edições de "Como escavar um abismo" e "As feridas essenciais". Nascido em 1974, Fernando Ribeiro assume ter uma relação antiga com a poesia. "É uma relação quase paralela com o começo da banda. Os Moonspell movem-se num universo do metal que tem uma componente literária muito forte e que sempre foi trabalhada por citações de autores". Mas frisou "É claro que não fomos nós que inventamos isto. Sempre houve muito essa faceta literária que me atraiu no heavy metal". Todavia, Fernando Ribeiro assume que nos primeiros tempos "tinha uma certa timidez em publicar poemas".

Os Moonspell existem há 15 anos e são uma das bandas portuguesas que goza de maior sucesso além-fronteiras. Apesar de cantarem em inglês, os seus discos foram amiúde influenciados por escritores portugueses.

O famoso single "Opium", por exemplo, é assombrado pelo "Opiário" de Álvaro de Campos. Fernando Ribeiro é o primeiro a assumir que o heterónimo de Pessoa teve - e tem - um profundo impacto na sua obra. Mas não só "Gosto muito da poesia do Al Berto e recentemente descobri Catarina Nunes de Almeida, uma autora nova que tem um livro fantástico", confessou. Todavia, Fernando Ribeiro considera que a sua minha grande influência poética "por acaso até nem é portuguesa; é um autor espanhol: Justo Jorge Padrón". Pelo meio, contam-se colaborações com o escritor José Luís Peixoto, a quem Fernando Ribeiro não poupa elogios.

Comparando as letras dos Moonspell com os seus livros poemas, o artista considera que "a contaminação dos dois mundos é muito mais interessante do que eu poderia prever". E explicou "Estamos agora compor um disco novo e o sentido das minhas letras, que antes era muito épico, mudou-se para um coisa mais fechada, mais íntima".

in JN


Esta notícia, tanto para mim como para os leitores deste blogue, não é novidade nenhuma. Ontem à noite, a Antena 3 também emitiu uma hora de entrevista, sobre o livro citado, bem como o futuro dos Moonspell. Há alguns indícios mediáticos no país natal desta banda, mas só depois de 15 anos de carreira, uma entrada directa para o 1º lugar do top nacional (2006), melhor banda portuguesa da MTV e, nesta altura, em que o vocalista lança o 3º livro de poesia. Pelo meio fica também a edição inédita em Portugal de um disco (The Antidote) em conjunto com o livro Antídoto de José Luís Peixoto. Mas há mais entrevistas, feitas e por fazer.

adenda: a quem quiser ouvir a entrevista de ontem na Antena 3, aqui.

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