02 julho 2007

Não há mais praias? Fazem-se novas!




O Dubai é um exemplo de empreededorismo de sucesso. Ciente que o petróleo tem os dias contados, o Sheik decidiu investir no clima e nas condições excepcionais de natureza para dar ao Emirado um futuro que não dependa do ouro negro. Fizeram-se hoteis de luxo (nada desses estabelecimentos mixurucas que crescem desorganisadamente no Algarve), criaram-se escolas privadas que ombream com as Britânicas, parques de diversões de todos os feitios, construiu-se um aeroporto megalómano (mas que corresponde ao investimento, é o aeroporto com mais vendas tax free no mundo), fizeram-se campos de golfe, campos de ténis, hipódromos e picadores (o Dubai é onde se criam mais cavalos, na actualidade), enfim, um pouco de tudo. Mas o que fazer quando acabam as praias?

Fazem-se ilhas com pedras das colinas do interior deserto e traz-se areia dragada do fundo do golfo Pérsico. Fácil, não é? A primeira ilha já está quase completa e com a maior parte da propriedade vendida. Ao todo Palm Jumeirah vai albergar 120 mil pessoas. Sim, leram bem, 120 mil pessoas! Tem praia a toda a volta, a maior parte das casas tem um porto privado e no centro da ilha, onde não há praia, existem centros comerciais, cinemas, parques de diversões, tudo isto ligado por um monorail… Enfim, uma paranóplia de opções que faça a ilha auto-suficiente. Em termos de investimento, é uma aposta ganha. Quem no ano passado tivesse comprado uma mansão por 1 milhão de euros podia vendê-la neste momento por 2 milhões. É que há muitas pessoas impacientes que não conseguem esperar pela próxima ilha, naquele que é um plano para construir (sentem-se) 300 ilhas. É caso para dizer, um negócio das Arábias…

1 comentário:

Francisco Rodrigues disse...

É evidente que o Dubai paga todos estes projectos com o dinheiro do petróleo, mas também é evidente que eles não andam a dormir e já pensam no dia em que o petróleo acabar. Esse conceito de investimento no futuro aproveitando ao máximo as potencialidades é que deve ser visto por nós, portugueses, como um exemplo. Somos um país pequeno, mas com mais de mil kilometros de costa, temos dois arquipélagos, bom clima, segurança, uma gastronomia e vinhos fantásticos. É uma questão de acreditar e fazer as coisas como deve ser.