Ontem, num programa ambiental transmitido pela RTP N, analisava-se a situação na Costa da Caparica.
Há registos que, em 40 anos o mar avançou no máximo 410 metros (Costa da Caparica, Norte, Cova do Vapor) e na parte em que avançou menos foram 110 metros (zona do Cabo Espichel). Isto, neste intervalo de tempo é muita coisa.
Os responsáveis que por lá andam a tapar furos, prevêem depositar mais de 1 milhão de metros cúbicos de areia, num custo de 15 milhões de euros, para impedir o avanço do mar. Isto é ridículo, é um atentado à bolsa e à inteligência dos portugueses.
Foi entrevistado um professor da FEUP que disse que, para impedir o avanço do mar só há uma maneira: medidas de peso. Só que não se pense em paredões ou quebra-mar, tem que ser mesmo diques, daqueles que se fizeram na Holanda; depois destes estarem prontos, aí sim, reconstroem-se artificial e definitivamente as praias e as dunas.
Mas a situação não é grave só na Costa da Caparica. O Porto de Leixões e o Rio Douro têm contribuído para a instabilidade desde a Foz do Douro, até Espinho/Esmoriz. Basta ver a quantidade de paredões que já existem e o mar vai avançando. O Rio Douro, devido ao aumento do número de barragens, à excepção de anos de cheias persistentes como em 2000 e 2001, chega até à foz com pouquíssimos sedimentos, sendo estes necessários para estabilizar a força do mar. Prova deste dado, em parte, foi a queda da ponte de Entre-os-Rios. Outro ponto crítico é em Aveiro.
Na Indonésia, um estudo prevê que 2000 ilhas serão submersas até 2030; nas cidades mais a norte da Sibéria, o chão sustentado por imensas camadas de gelo, vai cedendo e por lá faz-se o mesmo que aqui, remedeia-se o inevitável com toneladas de areia. A água líquida ganha sucessivamente ao gelo, dia após dia.
O aquecimento global é um problema da nossa geração, quem pensa que não terá que lidar com isto desengane-se, até porque a maior fronteira portuguesa é o Oceano Atlântico.
A catástrofe está em curso.
Há registos que, em 40 anos o mar avançou no máximo 410 metros (Costa da Caparica, Norte, Cova do Vapor) e na parte em que avançou menos foram 110 metros (zona do Cabo Espichel). Isto, neste intervalo de tempo é muita coisa.
Os responsáveis que por lá andam a tapar furos, prevêem depositar mais de 1 milhão de metros cúbicos de areia, num custo de 15 milhões de euros, para impedir o avanço do mar. Isto é ridículo, é um atentado à bolsa e à inteligência dos portugueses.
Foi entrevistado um professor da FEUP que disse que, para impedir o avanço do mar só há uma maneira: medidas de peso. Só que não se pense em paredões ou quebra-mar, tem que ser mesmo diques, daqueles que se fizeram na Holanda; depois destes estarem prontos, aí sim, reconstroem-se artificial e definitivamente as praias e as dunas.
Mas a situação não é grave só na Costa da Caparica. O Porto de Leixões e o Rio Douro têm contribuído para a instabilidade desde a Foz do Douro, até Espinho/Esmoriz. Basta ver a quantidade de paredões que já existem e o mar vai avançando. O Rio Douro, devido ao aumento do número de barragens, à excepção de anos de cheias persistentes como em 2000 e 2001, chega até à foz com pouquíssimos sedimentos, sendo estes necessários para estabilizar a força do mar. Prova deste dado, em parte, foi a queda da ponte de Entre-os-Rios. Outro ponto crítico é em Aveiro.
Na Indonésia, um estudo prevê que 2000 ilhas serão submersas até 2030; nas cidades mais a norte da Sibéria, o chão sustentado por imensas camadas de gelo, vai cedendo e por lá faz-se o mesmo que aqui, remedeia-se o inevitável com toneladas de areia. A água líquida ganha sucessivamente ao gelo, dia após dia.
O aquecimento global é um problema da nossa geração, quem pensa que não terá que lidar com isto desengane-se, até porque a maior fronteira portuguesa é o Oceano Atlântico.
A catástrofe está em curso.
6 comentários:
Só dinheiro que já se gastou este ano na Costa da Caparica dava para alimentar muita gente e as dunas estavam na mesma. É como tu dizes e bem. Estão a gozar connosco. Ou então são estúpidos.
Há uma conferência de climatologistas de todo o mundo, nesta altura em Paris.
Neste encontro procura-se um "manual de sobrevivência" para a humanidade. Obviamente que, a redução do consumo de combustiveis fósseis aparece como a medida principal num relatório de 1000 páginas que está a ser ultimado.
Claro que, Portugal não está representado... gostava de saber porquê. Talvez seja o desinteresse de um país que emite demasiado CO2 para a atmosfera, muito mais que os limites impostos pelo protocolo de Kioto e tem assim que comprar quotas a quem polui menos.
De resto, os Estados Unidos e a Autrália, continuam sem subscrever esse protocolo apenas por razões económicas, lucros directos do petróleo. Dos australianos, sabe-se que estão em seca extrema há muito tempo, em que o governo foi obrigado a tomar uma medida de desespero: reciclar águas usadas.
Diz-se também, nessa conferência de Paris, que onde actualmente chove muito, vai chover cada vez mais no futuro; e onde chove pouco, vai chover cada vez menos. Isto, vai sentir-se na zona Mediterrânica, em geral.
O equilíbrio ecológico/climatérico está a entrar numa fase irreversível.
Caro franscisco,
Excelente post. A verdade é que há muito pouca gente preocupada verdadeiramente com o ambiente.
O lucro imediato fala mais alto.
É bem verdade. A economia vai consumir o planeta e por arrasto a humanidade.
Por muito que se mostrem os pontos negros nesse congresso em Paris, não vejo os grandes tubarões a cumprirem o que quer que seja.
Quando estava em Portugal estavam a depositar areia na praia da Costa da Caparica porque o mar avançava e ameaçava o parque de campismo e um café com esplanada. Os respectivos donos rebusnavam com a situação. Mas onde eram os dois negócios? O café, em cima duma duna e o parque por trás das dunas da praia. Bem me apetece dizer que ainda bem que o mar fez o que a direcção geral de planeamento devia ter feito há muito...
Tens toda a razão Ricardo, às vezes tem que ser a Natureza, com a sua força maior, a remendar as porcarias que neste Portugal se fazem.
Cada vez acredito mais na música da Ala dos Namorados:
"São os loucos de lisboa
Que nos fazem acreditar
Que a Terra gira ao contrário
E os rios nascem no mar"
Os gajos do terreiro do paço, e o poder autárquico, são o entrave máxikmo deste país.
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