12 maio 2007

"Sinto-me sujo, roído pelos piolhos, e os porcos quando olham para mim, vomitam." Maldoror


imagem via ócio

Ontem, assisti à estreia do mais recente espectáculo dos Mão Morta, intitulado Maldoror. É baseado nos Cantos de Maldoror, do Conde de Lautréamont. Tem uma componente visual muito forte, em que a caracterização dos elementos da banda é quase perfeita. Tudo se passa num quarto de brinquedos, em que a maldade no seu estado mais puro é declamada, só como o Adolfo Luxúria Canibal sabe fazer. A banda, que já leva largos anos de carreira, mostrou-se extremamente jovem, dinâmica e explorou um domínio de sonoridades larguíssimo e ambientes melódicos inéditos, mas nem por isso vacilaram minimamente. Mostraram que a sua criatividade não conhece limites rígidos, apresentaram uma perfumadíssima renovação, mas acima de tudo, aqui, na Lua, no Uzbequistão ou onde quer que seja, a impressão digital dos Mão Morta está bem vincada. Não vou entrar em mais pormenores porque, logo à noite, a arte sobe ao palco novamente. Brilhante - um marco Histórico na Cultura Portuguesa.

2 comentários:

Cláudio Rodrigues disse...

Nunca mais é logo-à-noite... :)

koolricky disse...

Também lá fui e gostei muito. Da peça, da caracterização e do teatro. Um guião muito podre, mas bem interpretado...