30 abril 2006

Conquista da Taça de Portugal (1966) - SCBraga




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Hola. I'm back.

Vocês leram as notícias relacionadas com a União Europeia e o contencioso contra o Estado Português pela autorização da construção da barragem do Baixo Sabor.

Neste ponto será importante questionar em que medida é que nos podemos dar ao luxo de chumbar todos os projectos hídricos em Portugal. Basta ver os problemas para a construção do Alqueva, a não construção da Barragem de Foz Côa, devido às pinturas rupetres, e agora a esta, dados os impactes ambientais associados.

Se há pouco tempo aqui discutimos um potencial projecto de energia nuclear em Portugal, a que a maioria de nós "torceu o nariz", indicando que o caminho deveria passar pelas energias alternativas, e, por outro lado, por projectos de optimização de consumo energético e consumo de água, será que podemos estar continuamente a recusar projectos como o acima referido.

Convém perceber que qualquer projecto, seja de que âmbito for, cria os seus impactes. Deste modo, e a nível ambiental, a alternativa lógica é sempre escolher aquela com menor impacte. A não ser que se pense em não se fazer absolutamente nada e saímos todos do país.

A notícia que li preocupou-me bastante, dado que estamos a falar de um aspecto importante tanto a nível energético, como de gestão hídrica. Não nos esqueçamos das notícias que nos põem a par da falta de água para a agricultura e para os produtores de gado, especialmente no interior e no sul do país. Além disso, ainda há a vantagem da gestão do excesso de água em alguns locais.

Será que devemos pensar tanto na preservação do ambiente e dos microclimas ao ponto de colocar em causa a nossa estabilidade social? Não vamos fazer a barragem porque o rio Sabor é dos poucos da Europa em que o seu curso nunca foi alterado, mas por outro lado não temos água para a agricultura, para os animais, para os habitantes, para a produção de energia eléctrica, e, ao mesmo tempo estamos a contribuir para a desertificação dos solos, o exôdo da população para o litoral e para o estrangeiro e para o desemprego, com conquências óbvias para a bolsa do Estado?

Enfim ...


PAlmeida

28 abril 2006

Ainda sobre os deputados...

O ex-deputado do CDS-PP, Narana Coissoró, afirmou que "Não se pode marcar votação na Assembleia da República no dia do Benfica-Barcelona". Quando lhe pediram para justificar ele disse que o futebol foi só um exemplo, que os deputados sao iguais a todos os outros portugueses e quando acontecem eventos interessantes se sentem atraídos por eles.

Perante tal eu pergunto a este senhor que portugueses e que ele conhece! Serão os senhores engravatados com que costuma almoçar e que tem a liberdade de escolher a hora de entrar e de sair do serviço?

Os portugueses que eu conheço, que vai desde o operário de fábrica, ao professor, passando pelo engenheiro, médico e toda a classe trabalhadora por contra de outrem, tem horário de entrada (e em alguns casos de saída) independente de todo o tipo de actividade emocionante e atrativa que esteja a acontecer cá fora...

Parece-me que os nossos políticos vivem num mundo completamente a parte do nosso. Ainda por cima com afirmações destas que assustam o susto... Ao contrário dos deputados que, à excepção de quando se decidem a faltar todos ao mesmo tempo, mais um ou menos um nada abala o normal funcionamento da Assembleia da República, os TRABALHADORES portugueses quando faltam as coisas não funcionam.

Só me apetece gritar: VAI TRABALHAR MALANDRO...

NA

A língua portuguesa é ...

Vejam só este título de uma notícia do jornal Público de hoje:

Bolsas a estudantes africanos levam a "fuga de cérebros"

Qualquer movimento anti-racista podia já falar em discriminação.

NA

27 abril 2006

I'll see you in my dreams

26 abril 2006

Braga na Uefa


O Mágico Braga conseguiu, pelo terceiro ano consecutivo, o apuramento para a Taça Uefa. Uma equipa sustentada no rigor táctico do professor Jesualdo Ferreira e no rigor e estabilidade directivos do presidente Salvador, vê assim o seu nome inscrito nas provas europeias. Muitos dirão que o SCBraga poderia, já nesta altura, fazer melhores classificações na liga Portuguesa, poderia já ter conseguido um apuramento para a Champions, ou até mesmo ser campeão nacional. É um ponto de vista acietavel e ambicioso, um sonho para todos os verdadeiros braguistas, mas é preciso ter a consciencia que o SCBraga tem vendido muitos jogadores importante e essas receitas são vitais para a sobrevivência dos clubes. Quero felicitar a direccção, a equipa técnica e o palntel do SCBraga por mais uma época de sucesso e tranquilia. Já agora, também gostaria de dizer que gostava que o profesor Jesualdo continuasse o seu trabalho no SCBraga.


FR

25 abril 2006

25 de Abril


Passam hoje 32 anos desde a revolta militar que devolveu a Liberdade a Portugal. Há quem lhe chame Revolução de Abril, mas também há quem diga que, sem sangue, não existe uma verdadeira revolução. Seja o que for, eu não era nascido então.
Num país em que, a História tem páginas de ouro com mais de 900 anos, em que a Poesia e a Língua são das mais belas do Mundo, comovo-me particularmente perante a ideia de terem sido usadas duas músicas como senhas para o início do golpe. Em Portugal, teria que ser assim, sob os acordes de Paulo de Carvalho e depois do grande Zeca Afonso. Épico.

A nota negativa, este ano, depois de ver as reportagens da cerimónia na Assembleia da República, fica para o momento em que o Presidente da Assembleia da República invoca e saúda, com o cravo na mão, os militares presentes nas galerias, representativos do 25 de Abril, e numa manifestação de vaidade, inveja e mesquinhez do mais imundo que pode haver, os deputados de direita simplesmente não aplaudiram e ignoraram os militares e o Presidente da Assembleia. Vergonhoso!
O Povo aplaude de pé esses enganadores, os faltosos que não dignificam o país com uma democracia ainda adolescente que, tal como a ponte, iniciou um caminho de incerteza, envolto em brumas espessas.

Viva Salgueiro Maia.
Viva a Liberdade.



Ponte 25 de Abril
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24 abril 2006

Memorial

Os portugueses Moonspell vão editar o seu novo álbum, “Memorial”, o primeiro com distribuição da Universal Music Portugal. Trata-se de uma das bandas mais influentes e revolucionárias de todo o espectro do Metal contemporâneo. O novo disco é, mais uma vez, um trabalho inovador que não só prova que a chama da criatividade continua mais forte e madura que nunca mas que também recria tradições e influências que ajudaram a banda a chegar ao topo da cena Metal nos anos 90. A banda mais internacional de sempre da cena Portuguesa presenteia-nos com um disco requintado, onde poder e alma são palavras-chave, fluindo em conjunto num ambiente carregado e pesado mas simultaneamente sensível e atmosférico, como poucos no panorama actual do Heavy. O álbum Memorial está disponível nas lojas a partir de 24 de Abril de 2006.


Para mais informações:

1- Fnac

2- Página Oficial dos Moonspell

3- Universal Music

4- Jornal de Notícias

5- RTP

6- Jornal Digital

7- Hard Club


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22 abril 2006

Parabéns FCP


Futebol Clube do Porto

Campeão Nacional

2005/2006

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21 abril 2006

Polícia acusado de agressão...

Segundo o público de hoje, um agente da PSP meteu baixa médica na sequência de uma acusação de que foi alvo recentemente. Segundo imagens de um video amador passado na SIC (incrivelmente nao foi na TVI), o polícia, quando chamado ao local para intervir num acto de vandalismo de um grupo contra um sinal de trânsito, conseguiu apanhar um dos membros do grupo e agrediu-o várias vezes.

Levanta-se aqui um dilema ético interessante, se por um lado há quem opte por dizer que não devia ter agredido, devia ficar pela detenção outros são mais apologistas do: SO SE PERDEM AS QUE CAEM NO CHÃO, TUDO QUE CAIR NO LOMBO E LUCRO.

Num país livre e com um bom sistema de justiça eu diria simplesmente que o polícia devia chegar perto do rapaz e dizer: "Ai meu inconsciente... Viste o que fizeste ao sinal? que te passou pela cabeça? Tiveste um mau dia foi? Agora vais ter que arcar com as concequências!!! Pobre de ti coitado...". Se o míudo for filho de uma familia com uma certa influência aparece logo um advogado a defender que o sinal é que provocou o rapaz e ele só agiu em auto-defesa...

No país real o míudo seria apreendido, entregue a tribunal, por ser menor vinha para casa com uma repreensão verbal e tudo continuaria na mesma...

Pessoalmente acho exagerado qualquer acto de agressão, mas não critico o polícia. Ser chamado para um acto de vandalismo e saber que tudo vai continuar na mesma porque o míudo e menor, acho que funciona muito mais uma boa sapatada (sem espancamento) do que andar a deter o miudo...

Qualquer dia temos os polícias a recusar trabalhar porque tem medo que o ladrão, assassino, ou outro tipo de prevaricador o va agredir e ele não pode fazer nada.

Por isso recomendo duas coisas: primeiro que consigam diferenciar agressão de punição fisica e segundo, a bater batam bem longe das camaras de filmar...

NA

20 abril 2006

Encerrados!

Na Câmara Municipal de Vieira do Minho, estão a recolher assinaturas para um abaixo-assinado contra o encerramento do Tribunal Judicial da Comarca de Vieira do Minho, da Repartição de Finanças, do Serviço de Urgências do período nocturno e do Posto da GNR da Vila de Rossas e de Vieira do Minho. Não percebo o porquê deste vendaval de encerramentos num concelho enorme (218,5Km2), mas que sofre do mal da desertificação (14 474 habitantes).
Talvez queiram transformar definitivamente este concelho num deserto verde…ou então vão aproveitar as barragens para guardar e passear os novos e "imprescindíveis" submarinos portugueses.

FR

18 abril 2006

Petróleo

O preço do barril de petróleo continua a bater records, numa cavalgada que já dura há cerca de um ano. Hoje, em Londres, o preço do barril chegou aos 73 euros.
No seu comentário habitual de terças feiras na TVI, Miguel Sousa Tavares disse que, o agravamento do preço dos combustiveis para os consumidores (nós!) é influenciado pelo aumento do preço de barril de petróleo na ordem dos 150 dias aproximadamente, de desfasamento. Mas, afirmou também, que as principais gasolineiras do mercado português (galp, bp e repsol) aumentam os preços por antecipação, larga antecipação. A galp, por exemplo, no ano passado apresentou lucros de 300%, o que para os gestores da empresa e para os credores é simplesmente fantástico. Assim, é facil gerir uma empresa e criar riqueza, mas quem sofre somos nós.

Agora digo:
continuo a achar que devemos todos abastecer os nossos carros em bombas como o carrefour, intermarché, etc. Não compreendo como o mito urbano "os combustíveis do carrefour serem adulterados e com isso vamos estragar os nossos carrinhos", prevalece sobre a obscenidade praticada pelas grandes gasolineiras e a resitência em poupar euros em litros de combustivel. Quando empresas gigantes tem lucros gigantes com dados viciados, o que leva as pessoas a acreditar que os seus combustiveis sao de melhor qualidade que as outras (mais baratas), que não um mito urbano?

FR

Adolfo

Sei que um dia, mais cedo ou mais tarde
Também eu acabarei por morrer
Mas se hei-de esperar a morte na solidão do quarto
No conforto asséptico do isolamento
Antes então o gume da liberdade
Entregar-me à vida perdidamente

[Adolfo Luxúria Canibal, Estilhaços]

16 abril 2006

Tourém

“É um naco de terra portuguesa que mais se afigura uma seta cravada em Espanha. São alguns (poucos) quilómetros quadrados rodeados por chão galego, por todos os lados menos por um.

Embora ganhando forma de enclave lusitano na Galiza, o certo é que as suas gentes não querem confusões relativamente à identidade cultural.

Nós somos portugueses e eles são espanhóis” - proclamam, alto e bom som, para que os forasteiros entendam. E, ao traduzirem esse sentimento, não deixam de acentuar que a sua Pátria é só uma, pese o facto de, desde sempre, “os políticos no poder se terem esquecido de nós ou não saberem que existimos”.

Tourém - assim se chama essa aldeia portuguesa quase perdida lá pelos montados do Barroso onde Portugal e Espanha quase se confundem dada a dificuldade em localizarem em que sítio um país acaba e outro começa. Aldeia onde - parafraseando um documento do século XVI - "vivem misturados galegos e portugueses, uns metidos por outros e não acerta divisão entre uns nem outros". Tourém cultiva, no entanto, a identidade cultural ainda que as suas gentes se sintam esquecidas "por quem tem a obrigação de também olhar para nós".

Até meados do século XIX, imperava entre eles uma certa indefinição relativamente às suas raízes. Reza o velho manuscrito que, quando os habitantes "fazer casa nova, perguntam aí se a fazem por de Portugal se por de Galiza e, se dizem por de Portugal, são-no, e se de Galiza, também; e hoje são todos galegos e amanhã portugueses”.

Em função da assinatura, há cerca de 130 anos, do Tratado de Limites, o povo de Tourém viu definida a sua nacionalidade e, a partir de então, Portugal passou a ser, de facto, a sua Pátria, tal como a sua língua, que não deixam poluir com o castelhano.”
fonte: www.serra-do-geres.com

Forno do Povo
Tourém - Portugal

Para mais informacões:

Aqui!

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13 abril 2006

Minho profundo

Mosteiro de São Miguel de Refojos,
Cabeceiras de Basto - Portugal


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12 abril 2006

119 deputados faltam na Assembleia da República (das bananas...)

Hoje, uma votação na Assembleia da República não foi efectuada por falta de deputados... Segundo a notícia da RTP1 faltaram 119 deputados aos trabalhos... Motivo: alongamento das férias!!!

Os trabalhos na AR serão interrompidos hoje e só serão retomados Terça-Feira. Como 5 dias de Férias não chegavam aos nossos deputados, faltaram hoje para poder ter 6 dias...

Comentário do presidente da AR: "Vou marcar falta..." UAU... Não era suposto fazer isso sempre que alguém falta?

Andamos nós a ouvir mandar apertar o cinto, a trabalhar 62 horas por semana, repito, 62 horas por semana, para depois aqueles que vem cheios de moral a televisão falar em problemas de productividade no ensino, nos serviços de saúde e na administração pública faltarem para fazer FÉRIAS????

Está bonito está...

"Uma cousa exquesita"
Rafael Bordalo Pinheiro - 1894
NA

Derreter as bisnagas

Abram as vistas!





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FR

Silvio










Perdoem estes meninos, são crianças a brincar.






Hei moço!! Fiz merda.....







FR

10 abril 2006

Guimarães e Braga

25 de Março de 2006, Revista “Notícias Sábado” do Jornal de Notícias:

Mau Minho: A rivalidade entre Braga e Guimarães tem quase MIL anos. Tentámos encontrar um consenso entre as duas cidades. Impossível. Eles não se entendem.

Não fale nessa palavra que eu enervo-me.” A palavra é Braga, e Pedro Araújo é engraxador há 28 anos junto ao largo do Toural, em Guimarães. “Tomo conta da muralha, só saio daqui quando retirarem a placa ‘Aqui nasceu Portugal’.” Não atende clientes “da vila das Taipas para cima”, não vai a casa dos familiares bracarense e lamenta o BI registado, sem alternativa, na Cidade dos Arcebispos. Mas o que inquieta mais este engraxador é o Vitória, o maior clube de Guimarães. “A Senhora da Penha vai iluminar-nos para não descermos de divisão.” Pedro Araújo, 42 anos, benze-se, ajeita o casaco vitoriano e mostra o cartão da claque White Angels. “Vejo todos os jogos”, acrescenta, “Só vejo branco à frente”. Em Guimarães nem as filiais dos “três grandes” entram.

Idalécio Guimarães , nem de propósito, vai mais longe. “Se tentarem abrir uma filial, eu destruo-a.” O antigo líder da claque Insane Guys já teve o carro partido, foi sovado e ameaçado. Garante que pagou da mesma moeda. Tudo por amor ao clube e pela rixa com os bracarenses.

A bola agita as mentalidades. Guimarães tem a camisola mais cara da Liga (65 Euros), segue-se ao Benfica, Sporting e FC Porto na assistência média (14 mil pessoas contra 11,5 mil no municipal de Braga) e o número de quotas quase dobra o SC Braga.

As claques Bracara Legion e Red Boys preferem olhar para a tabela (o Braga ocupa o quarto lugar, enquanto o Guimarães está no grupo dos últimos classificados). “Em dia de um ‘derby’ há sempre porrada, autocarros partidos e pedras a voar”, diz João Mané, líder dos Red Boys. Evandro Lopes, um dos responsáveis da Associação Bravos da Boa Luz, nascido “mesmo na freguesia da Sé” de Braga há 51 anos, homenageou há poucas semanas o avançado Bino, um dos vencedores da Taça de Portugal na época de 1965/66. É o único grande título de futebol do Minho. “O futebol serve de desculpa a um micróbio qualquer que contamina o subconsciente das duas cidades”, explica. Recentemente, este gestor de crédito investigou a árvore genealógica para saber se o seu “sangue era cem por cento brácaro”. “Confirmou-se!”, diz aliviado. Anos ante, já Evandro tinha provocado os vimaranenses, ao gerir um restaurante chamado Conde D. Henrique, junto a uma das capelas da Sé, no centro de Baga.

O Imperial é o café/residencial mais antigo de Guimarães. Por aqui passaram Vasco Santana, Amália Rodrigues ou Ruy de Carvalho. Construído em 1946, é dirigido pelos irmãos septuagenários José e Domingos Gonçalves. “Ser vimaranense é ser português e sentir o hino duas vezes”, atira José. “Nem fica bem dizer, mas fala-se que D. Afonso Henriques nasceu em Coimbra”, acrescenta Domingos. “É um sino que toca a rebate. Estão em causa valores, tradições, a luta”, explica Amaro das Neves, director da Sociedade Martins Sarmento.

Quem estica a corda é Henrique Barreto Nunes, director da Biblioteca Pública de Braga. “Dizer que o Condado Portucalense nasceu em Guimarães é uma interpretação, embora a batalha decisiva tenha sido lá. Quando se diz ‘Aqui nasceu Portugal’, fala-se do Minho.” Para este historiador, berço da monarquia é diferente de berço da nacionalidade. Salazar é também responsável pela confusão. O ditador português desfigurou o Paço dos Duques com a ajuda de um arquitecto francês: queria dar a ideia de que num quarto dormia D. Urraca, no outro D. Afonso Henriques…


Guimarães ganha a Braga em quilómetros quadrados (241 contra 183) e freguesias (69 contra 62), mas desde 1998 que perde em número de habitantes (161 mil contra 169 mil), quando Vizela passou a concelho. Os dados são da Associação Nacional de Municípios. Curiosamente, 24 de Junho é a data do feriado das duas cidades. Guimarães “vive”a batalha de S. Mamede; Braga distribui martelinhos e alho-porro no São João.

A política é uma colisão efervescente. Há vários exemplos. Fernando Ribeiro da Silva foi o último vimaranense governador civil de Braga, mas serviu os dois concelhos com imparcialidade; a sede da Grande Área Metropolitana do Minho, agora mortiça, foi disputada pelas duas cidades; a oposição vimaranense tem pedido a autonomia do ‘campus’ universitário local nas campanhas eleitorais; o município de Guimarães não pertence à Região de Turismo do Verde Minho (RTVM), mas sim à Zona de Turismo de Guimarães (ZTG), estrutura criada pela autarquia nos anos 80, alegadamente por conflitos pessoais e receio de diferenças na promoção e acesso a verbas. Actualmente, a discórdia gira à volta do Instituto Ibérico de Investigação e Desenvolvimento, ligado à investigação em nanotecnologia. O actual Governo anunciou-o para Braga. António Magalhães, presidente da Câmara de Guimarães, e a Associação Comercial de Guimarães corrigiram a notícia. Seria “no distrito de Braga” e, por isso, integraram-no no Parque Tecnológico das Taipas (AvePark). A novela não acaba por aqui. Francisco Mesquita Machado, presidenta da Câmara de Braga, também do PS, garante que José Sócrates, primeiro-ministro, lhe prometeu “pessoalmente” o instituto para Braga. A decisão só será conhecida na próxima cimeira luso-espanhola, a realizar em Dezembro.

Os limites concelhios também divergem. A entrada do Hotel da Falperra está sobre uma divisão imaginária. O imóvel situa-se nos limites do concelho de Guimarães, mas o parque pertence a Braga. Os seminaristas, esses, dizem que a separação é na antiga cozinha do hotel. “Por casualidade política, somos de Guimarães, o que confunde os operadores turísticos, clientes, carteiros e noivos que casam aqui”, revela Susana Miranda, directora do hotel. A igreja de Santa Maria Madalena, logo ali ao lado, tem o mesmo problema. Os marcos seculares deixam as escadas do templo barroco para Braga; a Carta Militar de Portugal diz que só a sacristia é de Guimarães. Curiosamente, Mesquita Machado casou nesta igreja. Em 2003. o PS e o PSD de Guimarães exigiram a retirada do monumento do ‘site’ da autarquia de Braga. Em vão. João Lopes da Confraria da Irmandade de Santa Maria Madalena, garante que a igreja se fez virada para a cidade a que pertencia. “Seria bom pertencer religiosamente a Braga. Quinze quilómetros para tratar da papelada é um exagero…
A polémica resvala para as salas de aula. A Universidade do Minho (UM) foi prevista para Caldas da Taipas, uma vila entre Braga e Guimarães. Mas a dissonância levou o Governo a conceder, em 1976, a reitoria a Braga e os cursos de Engenharia a Guimarães. No ano lectivo de 1985/86 houve “uma grave crise interna”, explica o antigo reitor Sérgio Machado dos Santos. Os docentes de Engenharia repudiaram a evolução artificial e menorizada do seu pólo de Azurém. António Guimarães Rodrigues, actual reitor, mantém-se a margem do debate e procura, antes, aproximar a região com projectos científicos e culturais.
Os alunos da UM, mesmo os que chegam de fora preferem viver em Braga. A capital do Minho possui o dobro dos universitários e “há mais animação”, dizem. O propósito traje académico é polémico. Alunos naturais de Guimarães ou que estudem em Azurém recusam usar as bermudas e o tricórnio e pintam as casas de banho com essa reivindicação. A vestimenta do secular Colégio São Paulo, em Braga, foi reavivada em 1989. A Associação de Comissões de Festas Nicolinas defendeu a utilização do nicolino (capa e batina a moda coimbrã), o único traje do estudante local. A Queima das Fitas só agrava a discussão. A solução passa por entregar a Recepção ao Caloiro a Guimarães (Outubro) e o Enterro da Gata a Braga (Maio).

A História

O pontapé de partida no conflito tem cerca de mil anos. O geógrafo Miguel Bandeira diz que a Carta do Condado delimitava o coute de Braga, separando desde cedo o senhorio eclesiástico (com justiça e impostos próprios) do condal. “Era um Vaticano, uma cidade-Estado.” O conde D. Henrique instalou-se em Guimarães. O clima subiu de tom com a Colegiada da Senhora da Oliveira, em Guimarães, que tinha jurisdição da Santa Sé. O arcebispo de Braga, D. Estêvão Soares, queixou-se ao Papa Inocêncio III “de os priores da Colegiada terem regalias a mais”, conta Alves de Oliveira no 36º ‘Boletim dos Trabalhos Históricos’. A Concordata de 1216 vexava os vimaranenses. D. Estêvão Soares desentendeu-se com D. Afonso II. A Colegiada aliava-se ao rei, que pediu para destruir bens do metropolita. Burgueses vimaranenses queimaram celeiros, pomares e matas. Foram excomungados. A directora do Museu Alberto Sampaio, Isabel Fernandes, lembra que até ao século XVIII diversos clérigos insistiram em visitar a Colegiada. A maioria ficara à chuva e tentava investida nocturna.
Há mais histórias dentro da História. Em 1883, o cortejo fúnebre de uma bracarense que vivia em Guimarães foi recebida à entrada de Braga por uma multidão munida de paus, que exigia que o corpo fosse levado para o cemitério num carro local. A família negou, houve pancadaria e o cadáver foi arrancado com violência. A querela reacendeu em 1885, numa sessão da Junta Geral do Distrito de Braga. Os procuradores vimaranenses José Minotes, conde de Margaride e Joaquim de Meira – explica Amaro das Neves – foram perseguidos, assobiados em enlameados e a carruagem apedrejada aos gritos de “Morra Guimarães. Ninguém ficou ferido.
Cerca de duas mil pessoas saíram à rua, mais de um décimo da população da cidade. Em causa estava a sessão para a aprovação do curso complementar de ciências no liceu local. “As duas localidades desestimam-se de sobra para viverem unidas”, titulava um dos jornais locais. Maria Adelaide Morais, investigadora vimaranense, recorda o incidente “O meu bisavô jurou-me que a partir daí não pôs os pés mais em Braga.

Em
Guimarães
, ainda em 1885, organizava-se uma marcha de protesto com archotes e uma reunião na Associação Artística. A sessão extraordinária do executivo decidiu a “União ao [distrito do] Porto”, criando a comissão de vigilância e resistência. As casas começaram a ostentar bandeiras com a divisa “União ao Porto”. As senhoras bordaram uma bandeira azul e branca com a inscrição “Antes quebrar que torcer e enviaram uma representação à rainha a pedir protecção. Os bracarenses responderam com representações e reuniões contra a desanexação. O Governo fontista, por sua vez, envia o deputado João Franco a Guimarães na celebração dos 700 anos da morte de D. Afonso Henriques (6 de Dezembro de 1885). O projecto de lei de desanexação administrativa e política foi aprovado a 17 de Julho. O município ficaria sob a alçada de Lisboa até à República.

Actualidade

Braga é apelidada em Guimarães de terra dos três pês (padres, putas e paneleiros). É a cultura popular alimenta os ânimos. Joaquim Esteves, artesão, fez a estatueta ‘Três Pês’ a pedido da Região de Turismo. Recebeu dezenas de encomendas, deixando a arquidiocese à beira de um ataque de nervos. As caricaturas ainda mostram bracarenses a erguer tamancos, a comer frigideiras e a trocar o v pelo b; ou Guimarães a erguer garfos, a comer sardões ou passarinhos e a abrir as vogais.
Carlos Nunes, ourives, recorda-se dos “brilhas”, os industriais novos-ricos do calçado e têxtil de Guimarães, que entre os anos 50 e 80 reluziam com brilhantina no cabelo e carro novo. “Recusavam passar por Braga quando iam ao Norte”, acrescenta.
Durante esse período, houve imensos casamentos entre rapazes vimaranenses e raparigas de Braga. Eles, filhos de industriais novos-ricos, elas, desejadas pela beleza e prestígio intelectual. “Eu contrario o provérbio ‘de Braga nem bom vento nem bom casamento’”, diz João Guimarães, a viver em Braga há 40 anos. Este minhoto toma habitualmente o café da manhã na Confeitaria Lusitana com Emílio Lacerda, o sócio mais antigo do ABC de Braga. “Guimarães não tem o comércio moderno de Braga”, diz um, “Braga não tem o centro de Guimarães”, responde o outro. Há sempre uma diferença, um trunfo para ser jogado na melhor altura. Como a dos “espanhóis” e dos “marroquinos”.

Nos anos 90, o Vitória de Guimarães terá sido prejudicado num jogo para o campeonato de futebol. Os adeptos, furiosos, destruíram o carro do árbitro em desespero. Na jornada seguinte o clube jogou em casa emprestada – em Braga justamente. Um cartaz acompanhava os vitorianos: “Para sermos tratados assim, mais vale sermos espanhóis.” O “descuido” foi adaptado de imediato. Os vimaranenses, tão fervorosos pela pátria, passavam a ser “os espanhóis”. Meses depois, a retaliação contrariava a ordem geográfica: os bracarenses passavam a ser “os marroquinos”. A teima, usada em tom de brincadeira, vinca uma ironia secular."

FR

04 abril 2006

Sons de infância...

Quem é capaz de dizer que nunca teve um momento ou outro mais nostálgico onde se lembrava das musicas das séries televisivas de quando era criança? Tantas e tantas vezes que ouvi o Jorge cantar musicas de spots publicitários que não me lembrava mais de alguma vez terem existido. Ou do Cristóvão que cantava musicas do Tom Sawyer...

Para todos os interessados há agora um site (Mistério Juvenil) onde podem relembrar tudo isto e muito mais...

Divirtam-se a relembrar o tempo onde não havia obrigações nem compromissos... Ai, o Paraíso...

NA

Páscoa s.XXI

Nas caixas de correio de uma freguesia bracarense apareceu estes dias uma carta interessante, da Igreja, o que é normal em tempo de Páscoa. No seu interior vinha um folheto com uma mensagem do Padre e a lista dos itinerários das numerosas cruzes do compasso. Fiquei chocado ao ver que no exterior do envelope vinha escrito:

“ajude a pagar as obras do nosso centro pastoral e paroquial

Nome:____________________________

Morada:___________________________

(N.B. Se estiver interessado pode pedir recibo no Cartório Paroquial para efeito de IRS)“

Que as paróquias gostam de receber umas massas na Páscoa, já toda a gente sabe; o que me deixou confuso e espantado foi a frieza gananciosa do envelope que serve para informar os paroquianos dos compassos e para divulgar a mensagem de Páscoa do Padre, mas também serve para introduzirmos no seu interior dinheiro e para preenchermos os nossos nomes e respectivas moradas. Será este ritual mais cristão que a bênção dos lares (mesmo sem padre) e o beijo em Cristo Ressuscitado? Será que as paróquias pretendem fazer uma base de dados com as ovelhas negras, assim-assim e as abastadas do rebanho? Será pura estatística? Será esta uma forma directa de ir ao encontro de Deus ou de praticar boas acções?

Na Alemanha já existem igrejas com caixas de esmolas automáticas que aceitam cartões Multibanco e de Crédito, em que o crente dá a quantia que quiser. Qualquer dia temos porteiros nas igrejas a entregar cartões de consumo ou free-passes.

Há coisas do Diabo.


FR

“But I am a demon who dresses in red
And I do not hope you will understand...Mephisto”

Castelo de Almourol

Prédio Militar n.º 6. Nem mais, nem menos. Por muito estranho que possa parecer, é esta a denominação toponímica e cartográfica do Castelo de Almourol, conquistado por D. Afonso Henriques aos mouros e com histórias mil para contar. A explicação é simples. Afinal de contas, trata-se de uma propriedade do Exército português, inevitavelmente incluída nos roteiros turísticos nacionais e de além-fronteiras.

Lá para os lados de Tancos, entre Vila Nova da Barquinha e Constância, Almourol ergue-se do alto dos seus cerca de 310 metros de comprimento, 75 de largura e apenas 18 de altura. No meio das águas do Tejo, há séculos “plantado” num pequeno ilhéu, ocupa uma diminuta formação granítica literalmente a dividir as margens do rio e que desde sempre serviu como um ponto nevrálgico ao nível das manobras militares. Aliás, ainda hoje a Escola Prática de Engenharia de Tancos, proprietária daquele e de grande parte dos espaços envolventes, aqui realiza exercícios do seu ramo.

Apesar de classificado como monumento nacional desde 1910, esta construção secular depende há muito da teimosia de alguns, e do descuido de outros tantos, em conservar a memória deste guardião do Tejo.

Críticas à parte, o certo é que o cenário não deixa de ser romântico e idílico. Ao amanhecer, a paisagem mais parece retirada de um postal antigo, com aquela austera fortaleza envolta por suaves luzes matinais e por uma misteriosa bruma. À sua frente, junto às margens do rio, não falta sequer uma pachorrenta burra, de nome Bianca, a saborear as ervas rasteiras junto a uma construção em madeira, prometida como posto de turismo mas que acabou por ser um snack-bar... e eis que acordamos para a realidade! No artesanal e improvisado cais suspenso por bidons e por um bamboleante passadiço de madeira, entra-se num filme ao estilo de Emir Kusturica, em que um dos simpáticos “comandantes” destas chatas ou picaretes – embarcações tradicionais da região que transportam os visitantes até ao castelo – encarna uma imponente personagem de pele curtida pelo sol, com os pulsos cheios de pulseiras ornamentadas por dezenas de moedas pendentes.

A travessia faz-se em menos de dois minutos, mas pode prolongar a viagem por mais alguns instantes se pedir ao barqueiro para dar a volta a todo o ilhéu. Há, então, que lançar as amarras para pisar o palco de solenes e sangrentas batalhas históricas e até mesmo de uma recente telenovela brasileira, em que um dantesco vampiro assomou à imponente torre de menagem.

Mas cuidado; como já acima se referiu, longe vão os seus tempos de glória. Agora, e enquanto não se concretizar o prometido Parque de Almourol (um mega-projecto de capitais públicos e privados que quer criar ali e nas margens envolventes, de Vila Nova da Barquinha à Praia do Ribatejo, um pólo de lazer, desporto e cultura – ver o site), resta-nos percorrer o interior e o exterior do castelo, desviando-nos de ervas daninhas, mato selvagem na sua maioria e perigosas armadilhas. Vá, portanto, com atenção, e até pode ser que, no meio dos escondidos caminhos em cimento construídos pelos militares que já percorreram o local em jeito de circuito, descubra a entrada de um dos misteriosos túneis que, reza a historia contada de boca em boca, ligavam a ilha às margens.

Mantido pela Escola Prática de Engenharia de Tancos, uma ou outra beneficiação lá vai (foi?) sendo feita. É o caso da iluminação nocturna do castelo, levada a cabo em Abril de 1988, dez longos anos após o início do projecto. Seguiram-se-lhe outras alterações, como por exemplo a plataforma de madeira servida por uma íngreme escada e que dá acesso à torre de menagem. Dali do alto poderá avistar não só a ruína do abandonado e secular Convento do Loreto, mandado edificar na margem direita do rio, em 1572, por D. Álvaro Coutinho, um dos muitos senhores de Almourol, como também toda a paisagem que se espraia curso acima e arredores. O alcance da vista é fantástico, explicando-se assim o porquê da sua intensiva utilização militar ao longo dos séculos.

Texto de Miguel Satúrio Pires,
Revista Rotas e Destinos



Castelo de Almourol, Portugal



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01 abril 2006

Quem paga tudo isto?

Vem a público que na semana passada (Revista Sábado), foram a S. Paulo (Brasil), à inauguração do Museu de Língua Portuguesa, o presidente da camâra de Lisboa (Carmona Rodrigues) e a Ministra da Cultura (Isabel Pires de Lima). As despesas foram pagas pelos convidades e não por quem convidou (Prefeito de S. Paulo).

Enquanto a ministra, devido aos cortes orçamentais do Ministério, apenas se fez acompanhar pelo seu chefe de gabinete, deslocando-se num único carro, Carmona Rodrigues fez-se acompanhar por uma comitiva numerosa que incluía o assessor de imprensa, o vereador da Cultura, os dois chefes de gabinete e um director de serviço da autarquia, ao todo 3 carros oficiais.

Já sabiamos que a câmara de Lisboa estava marcada por pequenos luxos tipo Audi A8 e coisas do género, mas grandiosidades destas ao ponto de se pensar que Carmona Rodrigues é que era o ministro e a outra senhora a presidente da câmara, tem muito que se lhe diga... Afinal de contas quem está mal de finanças e o governo e não as autarquias ;)

NA



Museu da Língua Portuguesa, São Paulo, Brasil